O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou nas redes sociais sobre a decisão do governo Cubano em deixar o Programa Mais Médicos, do qual participa desde 2013 no Brasil. No Twitter, o presidente disse que ofereceu condições para a continuidade do programa, mas que Cuba não aceitou. 

"Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou", escreveu o presidente eleito no Twitter.  


O Ministério da Saúde Pública de Cuba afirmou que a decisão de sair do programa, no entanto, foi causada pelas declarações recentes de Bolsonaro. Ao todo, mais de 18,2 mil profissionais trabalham na saúde básica por meio do programa. Eles devem deixar o país até 31 de dezembro.

Cerca de uma hora depois, o presidente eleito voltou a se manifestar na internet com críticas à decisão do governo cubano. "Além de explorar seus cidadãos ao não pagar integralmente os salários dos profissionais, a ditadura cubana demonstra grande irresponsabilidade ao desconsiderar os impactos negativos na vida e na saúde dos brasileiros e na integridade dos cubanos", escreveu Bolsonaro.

Repercussão 

Diferentes políticos se manifestaram sobre o episódio. O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), responsável por implementar o Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff, lamentou a decisão de Cuba. Para o petista, a decisão é "triste para saúde pública e para a política externa do Brasil". "Isso pode significar a saída de dezenas de milhares de médicos que estão atendendo nos sertões, na Amazônia brasileira, na periferia das grandes cidades, nas áreas mais vulneráveis", disse Padilha. 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR) lamentou a decisão, e criticou o militar reformado. "Vi esse programa nascer e ajudei a implementá-lo. Mas entendo as razões: o desrespeito, ameaças e violência com que Bolsonaro trata Cuba não lhes deixam em segurança", disse.   


O ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson disse que Cuba rompeu o acordo porque Bolsonaro não queria mais pagar 70% aos governo, e 30% aos cubanos. "Melhor assim. Que o dinheiro vá só para o médico", afirmou. 

Já Guilherme Boulos (PSol) comentou os resultados do convênio, como o atendimento de pessoas mais carentes. "Quem depende do SUS sabe a diferença que é ter um médico de família. Não podemos aceitar esse retrocesso", opinou. 

Fonte: Correio Braziliense
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