[caption id="attachment_22984" align="alignleft" width="303"]Mãe de menino morto em Itapuã é indiciada por entregar filho a "estranho" Menino foi achado morto em areal (Foto: Reprodução)[/caption]

A mãe do menino Marcos Vinícius Carvalho dos Santos, 2 anos, achado morto nesta quarta-feira em um areal de Itapuã, vai responder pelo artigo 245 do Código Penal, por ter entregue o filho a uma "pessoa estranha e inidônea", segundo a Polícia Civil. Fabiana Pereira de Carvalho, 18, foi indiciada, assim como o cabeleireiro Rafael Pinheiro de Jesus, 28 anos, "padrinho" do garoto que enterrou o corpo, e Anira Freire Pinheiro, 47, mãe de Rafael, acusada de induzir a polícia ao erro. A polícia diz ainda que a participação da mãe do menino no caso é investigada.


A polícia apresentou detalhes do caso nesta quinta-feira (20). Marcos Vinícius estava desaparecido desde a sexta-feira. Inicialmente, o padrinho procurou a polícia para informar que o garoto teria sumido na Feira de Itapuã. Ele acabou confessando ontem que o menino morreu depois de tomar um mingau e, desesperado, ele enterrou o corpo da criança.


Rafael foi autuado por homicídio e ocultação de cadáver e deverá responder ainda por denúncia caluniosa, por ter acionado a polícia com uma informação falsa. No dia 14 de agosto, ele procurou a DPP para informar o desaparecimento do menino na feira. Anira o acompanhou até a delegacia e confirmou a versão do filho. “Por tentar induzir à polícia ao erro na investigação, ela também será responsabilizada criminalmente”, explicou a delegada Heloísa Simões. “Ninguém viu o garoto na Feira de Itapuã, no dia que ele teria desaparecido”, disse ela, que ouviu oito testemunhas sobre o caso.




[caption id="attachment_23091" align="aligncenter" width="620"]Mãe de menino morto em Itapuã é indiciada por entregar filho a "estranho" Mãe de garoto deixou IML chorando (Foto: Almiro Lopes)[/caption]


Embora fosse tratado como "padrinho", Rafael conhecia a mãe da criança há cerca de quatro meses apenas. Os dois foram vizinhos e Rafael teria se oferecido para cuidar da criança.


"O menino não era cuidado lá (com a mãe)", disse ele. O cabeleireiro afirmou estar arrependido. "Fiquei com medo de me culparem pela morte do menino, como está acontecendo agora. Estou arrependido", disse Rafael em entrevista ao Correio.


O padrinho foi então intimado a ir à 12ª Delegacia, em Itapuã, mas só aceitou ir acompanhado de um advogado, quando começou a chamar a atenção da polícia. Ontem, ele procurou a polícia para se entregar e disse em depoimento que Marcos passou mal depois de consumir um alimento com leite - o menino tinha intolerância à lactose, problemas no pâncreas e era diabético. Rafael disse que tentou reanimá-lo, sem sucesso, e resolveu então se livrar do corpo.


Primeiro, Rafael disse que entregou o corpo a um usuário de drogas, mas depois afirmou que o levou em um cooler até o areal, onde o abandonou. Exames vão confirmar a causa do garoto para esclarecer se ele de fato teve morte acidental.


Preventiva


A polícia já pediu a prisão preventiva de Rafael, que foi encaminhado ao sistema prisional. O padrinho tem RG de São Paulo e, no estado, chegou a ser levado para uma delegacia acusado de aplicar um "Boa Noite, Cinderela" em outro homem.


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Briga em família


A avó de Marcos Vinicius de Carvalho dos Santos, encontrado morto na quarta-feira (19) em um areal no bairro de Itapuã, lamentou a morte do neto de 2 anos e criticou a mãe do garoto.


"Ela foi errado em deixar o menino com esse cara que ela não conhecia", comentou Emanuela Pereira de Carvalho nesta quinta-feira (20), em entrevista ao Correio. De acordo com a avó, era ela que cuidava da criança antes da mãe, Fabiana, deixar o filho com o padrinho.


Abalada, Emanuela revelou que teve uma briga feia com a filha para seguir criando o neto, mas Fabiana não permitiu porque queria cuidar do menino. Ela também disse desconfiou da versão dada pela mãe do padrinho, que dizia que o menino tinha sido levado por um carro preto.


Já a mãe de Marcos Vinicius, que esteve no Instituto Médico Legal (IML) na tarde de hoje para identificar o corpo do filho, negou as acusações. Aos prantos, Fabiana disse que a avó queria seguir cuidando da criança por causa de dinheiro.


Segundo a jovem, o padrinho de Marcos, Rafael Pinheiro de Jesus, era vizinho dela. "Eu jamais imaginei que ele ia fazer isso com meu filho", lamentou a garçonete, caindo no choro. Emocionada, Fabiana disse que só conseguiu reconhecer o pé do menino.


"Não era para eu estar enterrando o meu filho, era para ele estar me enterrando", disse Fabiana ao ser questionada sobre o caso. Ainda não há previsão de quando o corpo de Marcos Vinicius será liberado do IML. "A gente já tinha uma causa no Conselho Tutelar, eu queria pegar ele de volta. Ele não estava deixando eu ver a criança", revelou.


Avó de Marcos Vinicius fala que queria seguir cuidando do neto; assista:


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Mãe de menino morto em Itapuã é indiciada por entregar filho a "estranho"

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