Um arqueólogo egípcio que supervisiona um projeto internacional para estudar o interior das pirâmides criticou, neste sábado (4), o anúncio feito esta semana sobre a existência de uma enorme cavidade no interior da pirâmide de Quéops, negando inclusive que se trate de uma "descoberta".



Na quinta-feira, em um estudo publicado na revista "Nature", cientistas do projeto ScanPyramids revelaram a presença de uma cavidade "tão grande quanto um avião de 200 lugares no coração da pirâmide" de Quéops, situado no planalto de Gizé, no subúrbio do Cairo.


O arqueólogo Zahi Hawass explicou à AFP que, há dois meses, havia-se reunido com os responsáveis pelo projeto no Cairo. No encontro, disse que os pesquisadores lhe expuseram suas conclusões.


"Nós os informamos que não se tratava de uma descoberta", lembrou Hawass.


"A pirâmide está cheia de cavidades, mas não significa que abriguem câmaras secretas, ou que se trate de uma descoberta", disse o arqueólogo, que dirige o comitê científico encarregado de supervisionar o projeto ScanPyramids.


Para o secretário-geral do Comitê governamental de Antiguidades, Mustafa Waziri, "a equipe científica não deveria ter-se precipitado (...) nem usar termos promocionais como 'descoberta', ou 'cavidade do tamanho de um avião'".


"O trabalho deve continuar segundo as etapas da pesquisa científica e deve ser debatido antes de qualquer publicação", acrescentou, em um comunicado divulgado na sexta-feira.


O "big void" (grande vazio), como os cientistas da ScanPyramids nomaram a cavidade, tem pelo menos 30 metros de comprimento e tem características similares às da Grande Galeria, a maior sala conhecida da pirâmide.


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