Os Estados Unidos lembram nesta terça-feira os atentados terroristas de 11 de Setembro, há 17 anos. Até agora, mais de 1.100 vítimas que morreram nas Torres Gêmeas de Nova York ainda não foram identificadas.

Nos ataques de 2001, quatro voos foram sequestrados e usados como armas por terroristas ligados à rede al-Qaeda. Dois aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas de Nova York, um se chocou contra a fachada oeste do Pentágono, em Washington, e outro foi jogado contra o solo de um campo vazio de Shanksville, na Pensilvânia.

Os ataques deixaram quase 3.000 mortos, a maioria na área de Manhattan, e levaram a uma longa guerra no Iraque e no Afeganistão, que até hoje são afetados por conflitos violentos.


Os cerca de 22 mil fragmentos humanos encontrados no local desde o atentado já foram testados, alguns deles entre 10 e 15 vezes. Até agora, 1.642 das 2.753 pessoas mortas nos ataques de Nova York foram formalmente identificadas. Mas 1.111 ainda resistem à identificação.

O trabalho de identificação das vítimas é feito em um laboratório de Manhattan, a 2km do "Marco Zero", onde uma equipe segue incansavelmente com a tarefa, com a ajuda dos últimos avanços tecnológicos.

A nova técnica usada pelos médicos forenses consiste em cortar um fragmento de osso encontrado no local dos ataques, reduzindo a pó, e depois misturado com dois produtos químicos que permitem expor e extrair o DNA. Com esse método, uma vítima foi identificada no ano passado.

Mark Desire, vice-diretor de Biologia Forense no Instituto Médico Legal de Nova York (Foto: Angela Weiss / AFP)

Ao menos essa é a teoria, mas na prática o sucesso não está garantido. "O osso é o elemento biológico mais difícil de trabalhar" para recuperar o DNA, explica à agência France Presse Mark Desire, vice-diretor de Biologia Forense no Instituto Médico Legal de Nova York.

Nosso compromisso é o mesmo hoje do de 2001 - assegura Desire.

A esta complexidade natural se acrescentam as condições às quais foi exposto o fragmento em 11 de setembro de 2001 e nos dias seguintes. O fogo, a umidade, as bactérias, a luz do sol, o combustível dos aviões que bateram nas torres do World Trade Center, "tudo isso destrói o DNA", segundo Desire.

O papel dos familiares é essencial no plano técnico, pois a identificação só é possível por meio da comparação com uma amostra de DNA fornecida pelas famílias. Às vezes o laboratório passa anos sem conseguir identificar um fragmento. Mas os médicos legistas se negam a se dar por vencidos.



Trump viaja à Pensilvânia

O presidente americano Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump deixaram a capital Washington na manhã desta terça para viajar a Shanksville, na Pensilvânia, para homenagear os heróis do voo que se chocou na cidade.

Os passageiros daquele voo, que foram avisados por celular por familiares sobre os ataques ao World Trade Center em Nova York, tentaram assumir o controle da aeronave e o aparelho, invés de colidir contra o Capitólio, acabou caindo no meio de um campo. Desde então, as pessoas que viajavam nesse voo foram considerados e homenageados como heróis.

"Deixando Washington, D.C. para participar de serviço em memória ao voo 93 de 11 de Setembro em Shanksville, Pennsylvania, com Melania", tuitou Trump.


O casal presidencial visitará o monumento recém-inaugurado, a Torre das Vozes, uma estrutura de quase 30 metros e com 40 sinos representando cada uma das vítimas. O som dos sinos muda segundo a intensidade e a direção do vento.

Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, disse que Trump vai enfatizar a "lembrança daquele dia horrível (...) e vai prestar homenagem não apenas àqueles que perderam suas vidas, mas também àqueles que arriscaram suas vidas para ajudar".


Fonte: G1
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