Pesquisa DataPoder360 nos dias 17 e 18 de outubro de 2018 (últimas 4ª e 5ª feiras) indica que Jair Bolsonaro (PSL) tem 64% dos votos válidos – aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos na pesquisa. Fernando Haddad (PT) tem 36%.

Nunca em eleições presidenciais brasileiras houve uma virada num 2º turno, mesmo quando a diferença entre os candidatos era menor do que a atual – o levantamento foi finalizado a 10 dias da disputa.

A pesquisa entrevistou 4.000 pessoas em 413 cidades em todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O registro na Justiça Eleitoral é BR-08852/2018.

Quando se consideram os votos totais, Bolsonaro tem 57% das intenções de voto. Haddad, 31%. Há 9% dos eleitores que dizem votar em branco ou nulo. Outros 3% não sabem ou não quiseram responder.


A pesquisa do DataPoder360 é realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos (a metodologia detalhada está no final deste post). Nenhuma classe social é excluída do levantamento. Cerca de 90% dos brasileiros têm acesso a telefone. O sistema faz discagens aleatórias e de maneira parametrizada para atingir comunidades de todas os segmentos demográficos – pois cada telefone está atribuído a 1 CEP e assim é possível atingir áreas de alto, médio e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

RECORDE DE VOTOS

Se o resultado do DataPoder360 se repetir nas urnas em 28 de outubro de 2018, Bolsonaro será o presidente da República eleito com o maior percentual de votos desde a volta do Brasil à democracia pós-regime militar.

Até hoje, o recordista de votos é Luiz Inácio Lula da Silva, que teve 61,27% dos votos no 2º turno de 2002.

Com seus 64%, o capitão do Exército na reserva pode quebrar a marca lulista daqui a menos de duas semanas.

CERTEZA DO VOTO

A eleição sempre pode ter movimentos de última hora, mas não há neste momento indícios como verificou-se entre alguns eleitores antes do 1º turno.

O DataPoder360 perguntou aos entrevistados se tinham certeza da decisão tomada neste momento. Entre os apoiadores de Bolsonaro, 95% declaram que votarão com certeza no militar. Para Haddad, esse percentual é de 93%. Ambos, portanto, têm votos cristalizados.


REJEIÇÃO E POTENCIAL DE VOTO

Uma virada de Haddad se torna difícil por causa da alta taxa de rejeição: 60% dos eleitores dizem que não votam em Haddad de jeito nenhum, segundo o DataPoder360. No caso de Bolsonaro, o percentual é de 37%.

É necessário levar em conta que esses percentuais são sobre o total dos eleitores.

No universo total dos eleitores, 52% dizem que votariam em Bolsonaro com certeza –quase percentual próximo ao de intenção de voto total do militar (57%). No caso de Haddad, 30% dos brasileiros respondem que votam nele com certeza (o petista tem 31% de intenção de votos totais). Eis os dados:


DEMOGRAFIA DO VOTO

O DataPoder360 estudou as variáveis por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar e região.

Quando se consideram os votos totais, Bolsonaro continua tendo muito mais apoio entre homens (66%) do que entre mulheres (48%).

O militar também tem seus melhores desempenhos entre eleitores de 25 a 44 anos (62%), os de nível de escolaridade superior (64%), os com renda familiar na faixa de 2 a 5 salários mínimos (71%) e na região Sul (72%).

Já o petista tem mais votos entre mulheres (36%) do que entre homens (26%). Nos outros grupos demográficos, suas marcas mais altas estão entre jovens de 16 a 24 anos (40%), os que têm ensino fundamental ou médio (32%), eleitores sem renda fixa (44%) e no Nordeste (44%).


CIRO GOMES E O 2º TURNO

Até antes do 1º turno, nas simulações de confronto direto, era o candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, quem mais ameaçava uma vitória de Bolsoanro.

No DataPoder360 do início de outubro, Ciro tinha 46% contra 41% de Bolsonaro. Era 1 outro momento

Agora, tudo mudou. O DataPoder360 simulou como seria hoje o confronto Bolsonaro-Ciro num hipotético 2º turno –até porque uma ala do PT acredita que o pedetista teria sido 1 candidato mais competitivo. O resultado: o militar venceria com 51% contra 37% de Ciro –no caso dos votos totais.

É importante registrar, entretanto, que Ciro está sem fazer campanha. O eleitor sabe que ele está fora. Ainda assim tem 1 desempenho melhor do que Haddad. Nos votos totais, o petista perde para Bolsonaro por 57% a 31%.

Em suma, a diferença entre Bolsonaro e Ciro é de 14 pontos percentuais. No caso de Haddad, a vantagem do militar sobe para 26 pontos.


CONHEÇA O DATAPODER360

A operação jornalística que comanda o Drive e o portal de notícias Poder360 lançou em abril de 2017 sua divisão própria de pesquisas: o DataPoder360.

As sondagens nacionais são periódicas. O objetivo é estudar temas de interesse político, econômico e social. Tudo com a precisão, seriedade e credibilidade do Poder360.

O Poder360 abastece também o agregador de pesquisas, que reúne todos os levantamentos de todas as empresas que investigam intenção de voto e divulgam seus dados.

Trata-se de ferramenta potente para pesquisadores ou leitores em geral que desejam estar informados sobre o atual processo eleitoral –além de poder observar o que disseram todas as pesquisas desde o ano 2000. Copie a URL e guarde na sua lista de favoritos: https://www.poder360.com.br/pesquisas-de-opiniao/

SAIBA QUAL É A METODOLOGIA

O DataPoder360 faz suas pesquisas por meio telefônico a partir de uma base de dados com dezenas de milhões de números fixos e celulares em todas as regiões do país.

A seleção dos números discados é feita de maneira aleatória e automática pelo discador.

O estudo é aplicado por meio de 1 sistema IVR (Interactive Voice Response) no qual os participantes recebem uma ligação com uma gravação e respondem a perguntas por meio do teclado do telefone fixo ou celular.

Só são consideradas as ligações nas quais o entrevistado completa todas as respostas. Entrevistas interrompidas ou incompletas são descartadas para não produzirem distorções na base de dados.

Os levantamentos telefônicos permitem alcançar segmentos da população que dificilmente respondem a pesquisas presenciais. É muito mais fácil atingir pessoas em áreas consideradas de risco ou inseguras –como comunidades carentes em grandes cidades– por meio de uma ligação telefônica do que indo até as residências ou tentando abordar esses cidadãos em pontos de fluxo fora dos seus bairros.

“É importante levar em conta que cada empresa usa uma metodologia diferente em suas pesquisas. O que é relevante é adotar 1 método consistente, que leve em conta a demografia do eleitorado brasileiro e que faça as ponderações corretas. É isso o que fazemos no DataPoder360”, explica o cientista político Rodolfo Costa Pinto.

Qual a diferença entre uma pesquisa realizada por telefone e outra na qual o entrevistado é abordado na rua ou é procurado em sua residência?

“Estudos de intenção de voto com entrevistas presenciais têm suas características próprias, assim como as pesquisas telefônicas. Por exemplo, algumas pessoas podem se sentir mais à vontade para declarar seu voto olhando nos olhos do entrevistador. Outras se sentirão mais confortáveis fazendo isso ao telefone. Nenhum método é mais certo ou errado do que o outro. O importante é a consistência da metodologia e a possibilidade de repetir os estudos com frequência, pois a curva dos percentuais de cada candidato é que revela uma possível tendência, e não apenas 1 levantamento isolado e feito a cada 3 ou 4 meses”, explica Costa Pinto.

Fonte: DataPoder360
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