Um cidadão americano que fazia turismo no arquipélago indiano de Andamão e Nicobar foi morto na sexta-feira por um grupo de aborígenes de Sentinela do Norte, território que pertence a esse grupo de ilhas no Oceano Índico, perto de Myanmar (antiga Birmânia). Os nativos, que vivem isolados do mundo exterior, atacaram o americano quando este se aproximou deles.

Sentinela do Norte, ilha que a Índia proíbe de ser visitada, fica a 50 quilômetros de Port Blair, a capital do arquipélago. O turista americano, identificado como John Allen Chau, foi morto depois de ter sido levado ilegalmente por pescadores até as proximidades de suas praias. O último trecho de mar até a areia foi feito por Chau em uma canoa. Membros da tribo que vive nesse território, o último pré-neolítico do mundo, viram o homem chegando e o mataram, presumivelmente, a flechadas.

Uma fonte policial disse que os pescadores, agora detidos, viram o cadáver no dia seguinte, embora não tenham podido resgatá-lo. Não é a primeira vez que acontece algo assim. Em 2006, dois pescadores cujo barco naufragou perto da ilha foram mortos e seus corpos nunca foram recuperados.

A polícia investiga por que o homem se aventurou em uma viagem tão perigosa. Uma fonte policial afirmou que Chau era um pregador que já havia visitado em outras ocasiões o arquipélago de Andamão e Nicobar, e aparentemente tinha uma grande vontade de se encontrar com os habitantes de Sentinela do Norte para rezar com eles. Alguns veículos de comunicação locais, como o jornal Andaman Sheekha, reforçam essa versão e detalham que Chau teria viajado cinco vezes ao arquipélago antes de navegar até Sentinela do Norte com a intenção de “levar o cristianismo” à ilha. A família do pregador ainda não fez declarações.

A organização Survival International, que defende os direitos das tribos aborígenes do mundo, lamentou a morte de Chau e criticou a Índia por não proteger adequadamente a ilha, “para a segurança tanto da tribo como dos estranhos”.

Fonte: El País
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