Minutos antes de se entregar à polícia, na tarde deste domingo (16), João de Deus, 76 anos, suspeito de assediar sexualmente centenas de mulheres, passou mal. O médium foi questionado pela colunista da Folha de S. Paulo Mônica Bergamo por que não se entregou antes, já que a Justiça havia decretado a prisão na sexta-feira (14). Os crimes teriam sido cometidos durante os atendimentos espirituais que realizava na cidade de Abadiânia (GO). 

"Na hora em que eu fiquei sabendo, eu me entrego à Justiça divina e a Justiça da Terra, que eu prometi, e estou indo agora me entregar, porque eu fiquei sabendo pelo meu advogado que está aqui presente, o doutor Toron", disse João de Deus à jornalista.

No momento em que a repórter iria fazer outra pergunta, João de Deus, de mãos dadas com Alberto Toron, pede para ir embora e segue em direção ao carro. Segundo informações da Folha, o médium chegou a pedir aos defensores para tomar um remédio sublingual.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que João de Deus se apresentou espontaneamente ao delegado-geral e ao delegado titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). De acordo com o G1, ele foi levado para a Deic e chegou por volta das 18h.

Primeira noite na prisão

O dia 16 de dezembro foi marcado pela primeira noite em que o médium João de Deus passou na prisão, após mais de 300 mulheres denunciarem casos de abusos sexuais ocorridos durante tratamentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, localizada em Abadiânia. Neste domingo, o líder religioso dormiu sozinho em uma cela de 16 m² no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.

O médium se entregou à Polícia na tarde de ontem. Ele foi encaminhado para prestar depoimento na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, durante cerca de quatro horas. Em seguida, João de Deus seguiu para o Instituto Médico Legal (IML) onde realizou um exame de corpo de delito. Por fim, foi levado ao Complexo Prisional.

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes afirmou que o João de Deus utilizava a fé para cometer abusos sexuais. Por isso, uma das possibilidades é que médium tenha que responder pelo crime de "violência sexual mediante fraude". Até o momento, a investigação está concentrada em 15 casos, que serão apurados de forma separada. 

Defesa

João de Deus negou todas as acusações durante seu depoimento. A defesa do médium prepara para nesta segunda-feira (17) o pedido de habeas corpus para reverter o pedido de prisão preventiva em domiciliar com tornozeleira. Para o advogado Alberto Toron, a idade elevada e o estado de saúde do líder religioso devem ser considerados.

Fonte: Notícias ao Minuto
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