O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro decidiu pedir a intimação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) para prestar depoimento no procedimento investigatório criminal que apura suposto vazamento na Polícia Federal de relatório do Coaf que cita seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

A investigação foi aberta após entrevista do empresário Paulo Marinho ao jornal Folha de S.Paulo na qual relatou ter ouvido do senador que ele fora avisado em outubro de 2018 sobre as investigações da Operação Furna da Onça, deflagrada no mês seguinte, e a menção a Queiroz nos documentos.

A intimação foi enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que seja dirigida ao senador, em razão do foro especial em razão do cargo. Flávio terá um mês desde o recebimento da notificação para marcar o depoimento.

Serão ouvidos ainda os advogados Christiano Fragoso e Ralph Hage Vianna. O primeiro, de acordo com Marinho, participou da reunião na qual o vazamento foi relatado. O segundo foi indicado para atender Queiroz.

Marinho já prestou três depoimentos sobre o caso. Um para o MPF-RJ e dois para a PF, sendo um deles no âmbito do inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação.

Marinho afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que Flávio recebeu, em 2018, informação privilegiada da PF sobre investigações que atingiriam o então assessor dele, Fabrício Queiroz, e sua filha, Nathalia, que trabalhava no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro em Brasília.

Ele diz ter ouvido de Flávio que a informação, repassada entre o primeiro e o segundo turno das eleições, fez com que a família Bolsonaro demitisse os dois assessores.

Queiroz foi preso preventivamente nesta quinta-feira sob suspeita de atrapalhar as investigações sobre a suposta rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.

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