O Governo Federal gastou cerca de R$ 208 milhões com um lote de testes para Covid-19, que não foram validados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Mesmo sem o registro, eles foram distribuídos pelo Ministério da Saúde a diversos estados do país, para serem utilizados nos laboratórios centrais (Lacens).

O fabricante entrou com o pedido na Anvisa em meados de maio. Dois meses depois, o órgão indeferiu o pedido. Na prática, isto não impediu que 1,93 milhões de testes fossem distribuídos em todo o Brasil.

Do tipo RT-PCR, o teste "“Biomol Onestep/Covid-19” detecta partículas do vírus no organismo, pela conhecida coleta com um cotonete swab inserido na narina. 

O contrato para a produção dos testes foi assinado entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que declarou que os testes foram produzidos a pedido do Ministério da Saúde, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello. 

O ICMP alega que foram confeccionados 2,2 milhões de testes que foram repassados ao Ministério da Saúde e que o pedido foi indeferido pela Anvisa por "questões relativas ao modelo de fornecimento de matérias-primas, por alguns insumos estarem fracionados", mas que a empresa se articula para garantir ao órgão regulador que pode atender a demanda.

“Houve a avaliação dos protocolos de diagnóstico já publicados internacionalmente. Esse processo gerou segurança em dois testes utilizados, permitindo a produção de testes para detecção em boas práticas de fabricação e ainda no contexto de produto para uso em pesquisa, sem necessidade de registro na Anvisa", diz a fabricante.

De acordo com informações do O Globo, o Ministério da Saúde deu uma resposta semelhante. Em nota, a pasta garante que todos os testes que foram distribuídos são "seguros" e de "alta qualidade".

BNews
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