A situação financeira do Vitória é delicada e impacta diretamente em funcionários do clube. Médicos rubro-negros ainda não receberam qualquer quantia em 2020 e decidiram que não viajarão mais com a delegação para jogos fora de casa. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela rádio Sociedade, de Salvador, e foi confirmada pelo repórter Sérgio Pinheiro, da TV Bahia.

Segundo a apuração, os médicos do Vitória tiveram uma redução salarial em 2019 e passaram a receber vencimentos na modalidade de pessoa jurídica. Para tanto, o clube rescindiu os contratos com carteira assinada e fez um acordo para a rescisão. Porém, os valores negociados não foram pagos até o momento.

O ge tentou contato com o presidente do Vitória, Paulo Carneiro, mas as ligações da equipe não foram atendidas até a publicação desta reportagem. Em áudio divulgado pelo dirigente em grupos de aplicativos de mensagem, ele explicou a situação.

- Com relação aos médicos, uma explicação... Quando nós chegamos no Vitória, o clube tinha dois departamentos médicos, talvez o torcedor não saiba. Tinha o departamento médico da base e o do profissional (...). O departamento médico tem que ser um só. Com a situação financeira grave que o Vitória está passando, nada mais natural do que agir como agimos. Fechamos imediatamente o departamento médico da base e concentramos tudo em um departamento só, reduzimos o efetivo do corpo médico, fisioterápico e de enfermagem da base, reduzindo a folha que chegava perto de R$ 180 mil. Concentramos tudo em um lugar só para atender os atletas do clube, sem importar a categoria. Chamei os médicos para uma reunião na minha sala e disse a eles da gravidade da situação do clube. Como eles tinham outra atividade laboral, a atividade no Vitória é complementar, pedi um entendimento, que o Vitória iria segurar seus recebimentos por absoluta falta de recursos. E que a partir de janeiro de 2020 iríamos começar a pagar normalmente. Assim foi feito. O que aconteceu foi que o nosso financeiro, quando começou a pagar, pagou o atrasado de 2019. Não deixou o atrasado separado para pagar 2020. Por isso os meses que receberam esse ano foram os de 2019. Ainda existem atrasos e buscamos sempre dar satisfação a todos. Inclusive, os chamei semana passada para uma reunião, através do nosso gerente médico, José Olímpio, e eles disseram que não queriam se reunir e esperavam uma posição do clube. O Vitória não vai ficar refém de ninguém, nem de jogador, nem de funcionário, nem de médico. O Vitória vive uma grave situação financeira e que as pessoas propositadamente esquecem, querendo imputar sobre nossa gestão a responsabilidade por essas questões. Não tem problema nenhum, eu sou responsável sim, mas não sou culpado. Há uma grande diferença entre culpa e responsabilidade.

- Queria dizer aos médicos, que considero e respeito, são pessoas queridas, muito competentes, mas, se a situação do Vitória não lhes permite esperar, eu lhes aconselharia sair. Tenha certeza que o Vitória não ficará sem médico. Ortopedistas... Quem não estiver satisfeito, não consigo resolver diferente do que estou resolvendo - completou o cartola.

Recentemente, o Vitória atrasou o salário dos jogadores e também de funcionários. No início da temporada, os jogadores do elenco sub-23 ameaçaram não concentrar caso o pagamento dos vencimentos não fosse realizado pelo clube.

Globo Esporte

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