A Cooperativa de Produção Agropecuária de Giló e Região (Coopag), localizada no município de Várzea Nova, já é referência de laticínio da agricultura familiar na Bahia e, agora, se prepara para trabalhar com um novo sistema produtivo, o de suínos.

Nesta sexta-feira (11), a cooperativa recebeu a visita do diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Wilson Dias, e de sua equipe, para conhecer e avaliar o projeto de incentivo à cadeia de suínos no Semiárido do Território Piemonte da Diamantina.  

A Coopag conta com o apoio do Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, e possui uma linha de produtos laticínios tradicionais, como queijo, manteiga e bebida láctea, mas se destaca na produção de iogurtes, com sabores oriundos dos biomas baianos a exemplo de umbu, licuri, café. 

Por meio do Bahia Produtiva estão sendo investidos R$ 4 milhões na expansão e estruturação da agroindústria e da queijaria, prevista para ser entregue no segundo semestre deste ano de 2022, e em ações como assistência gerencial e técnica para os produtores e produtoras, além do avanço na comercialização. 

O diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, afirmou que o projeto certamente trará bons resultados para os agricultores, na medida que integra dois sistemas produtivos importantes, a bovinocultura de leite e suinocultura. "O preço da ração que é dada aos porcos representa 30% a 40% do preço final. Isso significa que esse criatório passará a ter uma viabilidade econômica e um nível de competitividade grande para que a Bahia, ao invés de trazer carne e outros derivados da suinocultura de outros estados, tenha produção própria". 

Wilson afirmou também que é uma atividade interessante complementar que pode ser desenvolvida por jovens e mulheres e que o agricultor pode ter sinergia com outras atividades da propriedade e pelo projeto apresentado. "Pode gerar uma renda por família em torno de R$ 3 mil por mês, produzindo apenas 30 porcos em sistema de semiconfinamento, a partir da utilização do soro do leite que é desperdiçado no laticínio". 

Hoje, a Coopag produz cerca de 20 mil litros leite por dia, mas a expectativa é que com esse investimento realizado a produção aumente para 70 mil litros leite dia. Destes, 20 mil litros beneficiados diariamente, 15 mil litros são destinados à produção de queijo, resultando em 45 toneladas de queijo por mês.  

O presidente da Coopag, Ronaldo Carneiro, destaca é muito importante o Governo do Estado acreditar na agricultura familiar. "Se não fosse esse apoio não teríamos tantos avanços e a Coopag não seria essa grande potência aqui na região. Hoje somos exemplos aqui na Bahia". 

De acordo com o diretor comercial da cooperativa, Fred Jordão, o projeto de suínos chega para somar ao laticínio, pois o soro do leite beneficiado pela cooperativa vem servindo de alimento para os porcos criados por produtores da região. "A expectativa é que o projeto apresentado seja tanto para a criação de animais quanto para a construção de um frigorífico, beneficiando produtores de toda a região". 

Segundo Fred, será um projeto de suinocultura integrado ao laticínio. “90% do leite que faz o queijo vira soro e, esse soro é contaminante para o meio ambiente. Para evitar essa poluição, começamos a doar para os criadores de suínos da região. Foi quando surgiu a ideia de criar suínos e, hoje, 40 produtores aproveitam o soro para alimentar os animais. Cada suíno adulto consome 25 litros de soro por dia. Há um potencial na região e a necessidade de organizar a cadeia. Comecei a criar e montamos esse projeto”.






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