O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou a época em que esteve preso por causa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e a mágoa guardada durante esse tempo. Chegou a dizer que, ao receber na cela a visita de procuradores para saber se estava tudo bem, ele respondia: “Não está tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro”, referindo-se ao ex-juiz Sergio Moro, hoje senador.

Moro tornou-se o responsável pela condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá, em São Paulo. O petista ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019.

“Quando você tem convicção da sua inocência, não tem medo de brigar. Tive muita mágoa. A morte da Marisa [Letícia, ex-mulher de Lula], depois a do meu irmão, quando eu estava na PF [Polícia Federal]; as acusações, leviandades. Você tem que se preparar, não pode se deixar levar”, afirmou em entrevista ao site Brasil 247.

Lula chegou a chorar ao se lembrar da passagem. “Quando fiquei na cadeia, foi um momento muito rico de resistência. Quantas vezes fiquei ali olhando para o teto…”, disse, antes de pegar lenços para limpar as lágrimas.

“De vez em quando, ia um procurador (…) para visitar e ver se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores lá e perguntavam: ‘Tudo bem?’. Eu falava: ‘Não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro‘”, disse Lula, arrancando risadas dos entrevistadores.

Na sequência, o presidente pediu: “Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí”, e prosseguiu: “Eu falava assim: ‘Eu estou aqui para me vingar dessa gente, eu falava [isso] todo dia que eles entravam lá”.

Lula afirmou também acreditar que a Lava Jato era parte de uma conjunção internacional. “Lava Jato fazia parte de mancomunação estrangeira. Foi coisa que envolveu toda a América Latina, para destruir. Porque empresas da construção civil brasileira estavam conquistando espaço no mundo todo. Estava dominando países”, apontou.

Por Metrópoles

Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem