O governo federal pretende dar continuidade ao projeto da ferrovia Ferrogrão, no coração da Amazônia e que pode devastar uma área de 49 mil km², área superior a todo o estado do Rio de Janeiro. A obra está orçada em R$34 bilhões e promete  reduzir o preço do transporte ao produtor agrícola ao substituir os caminhões que trafegam pela BR-163 por vagões. 

Com 933 km, a malha ligaria Sinop, em Mato Grosso, a um porto em Miritituba (PA). Da cidade paraense, a carga seguiria de navio para portos da Ásia, África e Europa. Cada viagem substituirá o equivalente a 400 caminhões de carga, segundo entidades do setor, o equivalente a 104 toneladas de CO². Inicialmente, a ferrovia conseguiria transportar 19,2 milhões de toneladas, mas a capacidade pode aumentar para 50 milhões após 30 anos.

A Ferrogrão foi formulada em 2014 pelas empresas ADM, Bunge, Dreyfus e Amaggi, quatro das maiores tradings (comercializadoras agrícolas) no Brasil. No governo Temer houve edição de uma Medida Provisória que tirou 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxin (PA) para a passagem da Ferrogrão, que posteriormente foi derrubada pelo STF. Em 31 de maio último, Moraes autorizou a retomada dos estudos para a construção da ferrovia, mas enviou a "controvérsia" sobre a validade da MP ao Centro de Soluções Alternativas de Litígios do STF, que terá 60 dias para apresentar solução.

No anúncio do plano para os 100 primeiros dias de trabalho do Ministério dos Transportes, o ministro Renan Filho disse que "a obra é viável", com até 100% de investimento privado. Disse ainda que a Ferrogrão "não é contra o meio ambiente".

Fonte: A Tarde

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