A falta de representatividade dos moradores do Junco, o maior distrito de Jacobina, pôde ser evidenciada no protesto realizado no final da tarde desta quarta-feira (27/12), quando moradores que sofrem há meses com falta de água em suas casas decidiram bloquear a rodovia BR-324 e queimar pneus para chamar atenção das autoridades.

Cansados de pedir uma solução para o problema, seja diretamente à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), aos dois parlamentares eleitos para representar a comunidade, Roni do Junco e Nem de Rose, ou por meio das emissoras de rádio e portais de notícias da cidade, os moradores – homens e mulheres trabalhadores, pessoas idosas e até crianças –, foram às ruas "dizer um basta".

Pneus foram queimados e uma rodovia federal interditada nos dois sentidos. Tudo para que eles, cidadãos e cidadãs, fossem, finalmente, ouvidos. E foram. Porém, não pelos seus representantes eleitos, mas pelo comandante da 24ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Jacobina), que se deslocou por cerca de 45 quilômetros até o distrito para negociar, ouvir e encontrar uma solução para o problema junto aos moradores. Assim, a rodovia foi liberada.

Ao Jacobina Notícias, pelo menos três pessoas que participaram da manifestação afirmaram que, até o fim do protesto,  nenhum dos vereadores, Roni do Junco e Nem de Rose, esteve apoiando a ação da população contra a escassez de água e o sofrimento que muitas famílias vêm enfrentando. Em um vídeo gravado durante a negociação com a Polícia Militar, alguns manifestantes disseram que "foram abandonados" pelos vereadores e que "nenhum faz nada, é mesmo que não ter".

A reportagem não conseguiu contato dos dois vereadores citados na matéria. Contudo, deixa o espaço aberto em caso de um pronunciamento.

Por Robson Guedes / Jacobina Notícias

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