Sambas do sertão, Candomblé, Capoeira, Tropicalismo, apoiados em um experimentalismo musical que mistura Trap, Drill, Dub, Trance, Indie Rock e Fusion foram as principais referências que puderam ser sentidas no show “Panavuêro”, do artista jacobinense Daniel da Quixabeira, que ocorreu na última sexta-feira (8), no SESC Jacobina.

Com a casa cheia, o público teve a oportunidade de conhecer a maioria das músicas dos dois últimos discos lançados pelo artista, o álbum afrofuturista “Doismilivinte” e o “Quixabeira”. “A estreia do show ‘Panavuêro’ em Jacobina foi muito significativa para mim que não moro mais na região há muitos anos, mas carrego nossa cultura em tudo que faço”, conta Daniel.

“Esse show de altíssimo nível abre um espaço que faltava em Jacobina, uma musicalidade onde a gente se vê, se identifica e que nos toca muito. A música de Daniel faz a gente refletir, ir à luta, fala de resistência, nos transporta para a nossa ancestralidade, para a raiz da música, de povos tradicionais, essa música que é nossa e que está dentro da gente”, explica Vone Ferreira, produtora cultural dessa apresentação e que também fez participação especial, cantando uma música sua. Para ela, foi um show completo, onde tudo funcionou muito bem, junto com a iluminação, figurino, a disposição dos artistas na cena, “tudo muito conectado com essa musicalidade”, comenta Vone.

A dramaturga e arte-educadora Lua Mandala estava na plateia e comentou o show. “Foi um ‘Panavuêro’ e um rebuliço dentro de mim. A música desse moço é fundamento puro. Quando ouço, me conecto com a terra, minha raiz. Poder estar ali e saudar Oxum foi um momento muito doce. A iluminação estava maravilhosa e a produção também. A gente se vê e se ouve o tempo todo na música de Dan”, explica Lua. 

Neste show de ritmos brasileiros, além da voz, Daniel da Quixabeira assumiu o violão e, nos pés, uma meia lua e o seu cajón peculiar, de onde marca os graves da sua sonoridade. Estava acompanhado pelos músicos João Côrtes (percussão), João Machado (contrabaixo), Bomani (bateria) e Ravel Conceição (efeitos percussivos). A produção executiva foi de Ludmilla Dourado, que também é poeta, cantora e compositora. Na equipe, Fred Alvin operou iluminação, Evando César operou som e a multiartista feirense Lore Porto assinou plano de luz e fotos de cobertura. 

Sobre Daniel da Quixabeira

É cantor, compositor e multi-instrumentista do interior baiano. Nascido em Jacobina, cresceu entre Capim Grosso e Quixabeira. É de lá que vem toda a base cultural que o leva à música e a contribuir com a difusão da cultura da sua região de origem, através dos sambas do sertão (Batuque, Chula Boiadeira e Martelo). Daniel teve também vivências de mundo com outros segmentos da música brasileira, como Cantigas de Roda, Capoeira, Forró, Côco, Baião, Ciranda, Boi Bumbar, dialogando com outros gêneros da música mundial como Reggae, Cumbia, Rap, Jazz, Trance, Rock, New Metal, mas mantendo como marca do seu trabalho a linguagem de cantador e sambador.

Ascom / Fotos: Lore Porto






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