O secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, classificou como “bastante crítico” o incêndio que está atingindo a Chapada Diamantina. Spengler viajou até a região na tarde deste sábado acompanhado do comandante do Corpo de Bombeiros, Francisco Telles, para acompanhar de perto a situação e se reunir com prefeitos das cidades atingidas na tentativa de discutir novas medidas de combate ao fogo. "A situação está bastante crítica. São muitos focos de incêndio. Levaremos alguns dias para conseguir controlar", afirmou o secretário. Ao todo, sete localidades estão sofrendo com a ação das chamas.


"A situação está bastante crítica", afirma secretário sobre incêndios na Chapada Diamantina


A situação é mais preocupante na Área de Proteção Ambiental (APA) Marimbus – Iraquara, localizada em Lençóis, no Campo São João, que fica dentro do Parque Nacional da Chapada, no Morro Branco, que fica no Vale do Capão e no Povoado do Correia, município de Mucugê.  Em todos esses locais, as equipes de combate ainda não conseguiram controlar o fogo, que se alastra rapidamente beneficiado pelas condições climáticas da região. “O combate direto está sendo dificultado por causa do sol quente, da grande quantidade de matéria orgânica seca e do vento, que muda de direção a todo tempo”, afirmou o secretário, que se reuniu na tarde deste sábado com prefeitos de cidades da Chapada para discutir novas medidas de combate.


Durante o encontro, foi decidido que as áreas mais atingidas pelo incêndio vão receber aceiros, espécie de desbaste de uma faixa da vegetação para evitar propagação do fogo. “Retiramos a vegetação para cortar a linha de fogo e isolá-lo. Isso impede que o fogo se propague e acabe com uma quantidade maior da vegetação”, contou Spengler, que afirmou que os aceiros começaram a ser construídos já no início da tarde deste sábado sob a supervisão do Corpo de Bombeiros. Ao todo, 68 pessoas, entre bombeiros, brigadistas e voluntários estão atuando no combate ao fogo nesses locais. Quatro aeronaves Air Trector e dois helicópteros estão sendo utilizadas pelas equipes na operação.


Os focos de incêndio localizados em Ibicoara, Morro do Chapéu e nas margens da BR 242 – onde o trânsito ficou interditado da quinta-feira (12) e durante duas horas na tarde deste sábado por conta da fumaça e das chamas -  já foram controlados e seguem agora sendo monitorados pelas equipes de combate. O status de ‘fogo controlado’, que é decretado quando as labaredas são extintas não é uma garantia que o incêndio foi finalizado. Por conta do clima e da grande quantidade de matéria orgânica, o fogo pode voltar a consumir a vegetação, mesmo depois de controlado. O fenômeno é chamado de reignição e ocorreu essa semana em Ibicoara. “Vários fatores contribuem para que a reignição aconteça. Um dos que mais acontecem é o fogo de tufa, quando a matéria orgânica se acumula e, como ficam brasas no local, a matéria orgânica vai queimando aos poucos. Com a ajuda  do vento e do sol, o fogo reacende”, afirmou Rejane Carneiro, gerente estadual do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama).


Falta de materiais – Segundo Aila Peterhans, membro da Brigada Voluntária do Vale do Capão, faltam equipamentos e materiais para uso dos brigadistas no combate ao fogo. O número de combatentes também não está sendo suficiente para conter as chamas. “Estamos precisando de reforço. Falta equipamento, faltam pessoas. É muito fogo. Precisamos de materiais como bombas, apagadores, roupas e sapatos dos voluntários”, afirmou ela, que cobra mais ações preventivas para conter um problema recorrente. “Toda vez que está seco na Chapada acontece isso. Precisamos de um programa de prevenção. Ninguém aguenta mais apagar fogo”, afirmou.


Correio24h

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