Ano e sai ano e o futebol baiano é obrigado a conviver com um problema que acaba prejudicando o brilho dos jogos e compromete o Baianão: as condições dos estádios pelo Interior do estado. Para a largada do Campeonato Baiano 2016, apenas cinco estádios se encontram em plenas condições de receber jogos, uma situação que causa preocupação a quem vive e acompanha o futebol.




[caption id="attachment_30418" align="aligncenter" width="620"]Alguns estádios do interior podem não ter jogos do Campeonato Baiano Em Jacobina, Estádio José Rocha deve ficar pronto para o Baianão 2016 (Foto: Michel Rocha)[/caption]


No começo deste mês o assessor de vistorias da Federação Bahiana de Futebol (FBF), o Coronel PM Jorge Diniz, esteve participando de um evento em Feira de Santana, onde foi discutida a situação do Estádio Joia da Princesa, e confirmou que hoje, apenas os estádios da Arena Fonte Nova, Barradão e Pituaçu em Salvador; o Aguinaldo Bento em Porto Seguro e o Eliel Martins, o Valfredão, em Riachão do Jacuípe se encontram em condições de receber os jogos do Campeonato Baiano. “São locais que atendem às especificações dos laudos técnicos que contemplam as diversas questões relacionadas ao Estatuto do Torcedor e apresentam gramados em condições de jogo. Os demais passam por problemas sérios que precisam ser resolvidos sob o risco das equipes e principalmente as torcidas das cidades serem penalizadas”, afirmou.


Trabalhando com vistorias desde o ano de 1993, Jorge Diniz relata casos de estádios que possuem boas estruturas, mas que com o passar do tempo degradaram. “Estádios como o Armando Oliveira, em Camaçari, o Antônio Pena, em Catu, o Antônio Carneiro em Alagoinhas, o Carmem Gandarela em Madre de Deus são exemplos de praças de boa estrutura que poderiam estar sendo utilizadas, mas com o tempo e a falta de manutenção estes locais ficam inutilizados sem condição nenhuma de jogo, o que é lamentável”, declarou.


Divulgação


Outra situação abordada pelo dirigente é a dos estádios Mário Pessoa em Ilhéus, e o Luiz Viana Filho em Itabuna. “A situação do estádio de Ilhéus é complicada: as instalações precisam de muitos cuidados e o gramado está estragado, sem condição nenhuma de jogo. É tanto que os jogos do Colo-Colo estão na tabela do Campeonato Baiano, como (a definir) e o pior é que o time poderia mandar seus jogos em Itabuna, mas o campo teve mais da metade da grama queimada”, disse Diniz.


O time ilheense será o adversário do Fluminense na largada do Campeonato Baiano, no dia 31 de janeiro, mas diante da situação do Mário Pessoa, a partida pode acontecer em Porto Seguro.


Os estádios José Rocha, em Jacobina, o Pedro Amorim em Senhor do Bonfim e o Adauto Moraes em Juazeiro estão com suas situações indefinidas também. “Estas praças encontram-se em reformas, mas a verdade é que existe uma série de conflitos porque muitas vezes, as obras são feitas de qualquer maneira. Por exemplo, em Juazeiro, o campo tem uma entrada onde a pessoa sai dentro de um posto de gasolina, o que é um perigo. Já em Jacobina tem dois anos que fazemos solicitação de obras, elas acontecem, mas ainda não dá condição da praça sediar jogos e Senhor do Bonfim vive esta mesma situação”, observou Diniz.


Diálogo


De acordo com Jorge Diniz, a Federação Bahiana de Futebol tem buscado manter o diálogo com os clubes e principalmente as prefeituras para buscar soluções. “Sabemos que os estádios no interior são administrados por prefeituras e os gestores têm uma relação complicada com esporte: alguns gostam, querem cuidar dos campos, mas faltam recursos. Outros não gostam do esporte e não ligam mesmo para manter as praças porque acham que isso não tem importância”, afirma Jorge Diniz.


O dirigente reconhece as dificuldades vividas pelas prefeituras que precisam administrar as cidades com orçamentos pequenos. “Não é fácil e o exemplo disso está aqui em Feira, onde o prefeito José Ronaldo tem que administrar as dificuldades agravadas com a crise, mas mesmo assim não deixou de investir no esporte porque sabe que é um fator social que movimenta outros setores do município. Esperamos que os governantes tenham ao menos esta consciência e busquem se esforçar.


Fonte: Jornal Folha do Estado

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