Bahia tem maior número de mortes por H1N1 desde início da pandemia de 2009


A cada quatro pessoas que contraíram o vírus H1N1 na Bahia este ano, uma morreu. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), este é o período mais letal da doença desde a pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2009 – e ainda faltam cinco meses para 2016 acabar.


De 1º de janeiro até ontem, 110 casos da H1N1 foram confirmados no estado – destes, 26 pessoas não resistiram às complicações da Gripe A. A taxa de letalidade é de 23,6%. Em 2009, quando o estado registrou 486 casos e 19 mortes, a taxa era de 3,9% de letalidade, o que demonstra que o vírus, este ano, está mais letal que nunca.


Em 2014 e 2015, a Bahia não registrou mortes pela doença, mas, em 2013, o número de óbitos em relação aos casos também foi alto: 52 infectados e 11 mortos (21,2% de letalidade).


Os dados mostram que, ao menos em relação a 2009, a Bahia segue na contramão dos dados nacionais. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, até o dia 9 de julho deste ano, 1.427 pessoas morreram em decorrência da doença. Em 2009, o ano da pandemia, foram 2.051 óbitos confirmados.



Explicação


Para o infectologista Fábio Amorim, do Hospital Couto Maia e da Clínica Cehon, o grande número de casos de óbitos em 2016 se explica pela baixa vacinação. “Simplesmente, nos últimos anos, ninguém se vacinava, então você vai acumulando e chega um momento em que o vírus pega todos de surpresa”, comentou ele.


“Este ano, também, o vírus que normalmente surge no Inverno, começou a circular no final do Verão e já tinha uma concentração maior nos estados do Sul e Sudeste. Como este ano tivemos um ‘boom’ de busca por vacinação, então acreditamos que, no próximo ano, vamos ter um número dentro do esperado”, completou Amorim.


O coordenador de Imunizações da Sesab, Ramon Saavedra, disse que a explicação encontrada pelo infectologista Fábio Amorim é possível. “É uma oportunidade que o vírus encontra para entrar, porque tem um grupo de pessoas que não se vacinava. E, historicamente, a gente tem isso, porque nos anos anteriores realmente a vacina sobrava e este ano foi essa situação atípica, da população mobilizada”, indicou.


Bahia tem maior número de mortes por H1N1 desde início da pandemia de 2009



Sobreaviso


Porém, segundo Saavedra, uma explicação oficial para esse aumento nos óbitos ainda é estudada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o resultado é, inclusive, utilizado para a produção de vacina do ano seguinte. “A circulação do vírus é global e de um dinamismo intenso. A situação do ano passado foi outra e do ano retrasado também diferente”, salientou.


O fato de a doença ter começado a se manifestar, em 2016, antes do Inverno, também pegou os serviços de saúde de surpresa. “Aqui na Bahia, em fevereiro, começou a aparecer e pegou os serviços de saúde completamente de surpresa, porque não é comum se preocupar com H1N1 nesta época”, disse. “A campanha de vacinação, inclusive, é programada para o final de abril a fim de que, na chegada do Inverno, a população esteja imunizada. A partir de agora, a gente vai ficar de sobreaviso para já no início do ano começar a monitorar”, completou o coordenador de imunizações.


Correio24h

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