Com 3.332 focos registrados até este domingo, 29, o mês de outubro é o recordista no número de incêndios florestais identificados este ano na Bahia pelo Programa de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).



O número ultrapassa o dobro dos casos registrados em outubro do ano passado, quando 1.415 focos foram identificados pelo programa por meio de um conjunto de satélites.


Ainda sem uma estimativa de área atingida pelo fogo em 2017 no estado, até o último fim de semana, a Bahia contava com 7.714 focos registrados pelo programa do Inpe. Isso representa 26% a mais que 2016, quando o estado registrou 6.003 focos até o dia 27 de outubro.


Áreas de Preservação Permanente (APPs), como as matas ciliares que protegem os mananciais e nas encostas, foram destruídas. Também Áreas de Preservação Ambiental (APAs), a exemplo da APA Marimbus, em Iraquara e a APA do Rio de Janeiro, em Luís Eduardo Magalhães, tiveram fauna e flora atingidos.


Neste mês, grandes focos foram identificados em áreas especiais, a exemplo de Ibicoara, Rio de Contas, Rio do Pires e Piatã, na Chapada Diamantina. Morpará, na região do São Francisco, Barreiras, no Oeste, e Pilão Arcado, no Norte, também exigiram esforço de bombeiros e brigadistas.


Conforme o titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Geraldo Reis, duas aeronaves e um helicóptero foram contratados para dar suporte às equipes de combate.


Ele salientou que o órgão investiu R$ 1,6 milhão na compra de materiais e fardamentos para uso das brigadas de incêndios florestais capacitadas e treinadas pelo Corpo de Bombeiros da Bahia (CBMBA).


"Nosso objetivo é fortalecer as estruturas das brigadas voluntárias para que tenham melhores condições de combater os incêndios", afirmou o secretário.


Entre os itens distribuídos estão gorros, máscaras, capacetes, botas, cantis, mochilas, óculos, luvas, isolantes térmicos, balaclavas e luvas, além de ferramentas para combate e prevenção das chamas, como facões, foices, abafadores, pás, rastelos, enxadas, lanternas e bombas.


As aquisições fazem parte do Programa Bahia Sem Fogo, que envolve órgãos públicos com apoio de entidades privadas.



Estiagem


Os locais mais atingidos são os que estão com decretos reconhecidos pelo Estado e União por causa da estiagem, somando 231 municípios no estado. No entanto, além dos fatores climáticos, as ações humanas são determinantes para a ocorrência de queimadas.


"Estamos fazendo um alerta e convocando toda a população para evitar o uso de fogo, sobretudo os produtores rurais, para não utilizarem a queimada no preparo do terreno para o plantio", afirmou Geraldo Reis.


Segundo ele, equipes de fiscais do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão atuando e, caso alguém seja flagrado, provocando incêndios, vai responder juridicamente.


Conforme o coordenador da brigada PrevFogo / Ibama de Barreiras, Vagner Manheze, além de debelar incêndios florestais, o grupo faz um trabalho de conscientização com palestras em escolas e associações.


A previsão do tempo para os próximos dias, de acordo com o Instituto Climatempo, é de sol intercalado com pancadas de chuva em grande parte dos municípios onde as queimadas devastaram a fauna e flora nos últimos meses.


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