Se o projeto Baixio de Irecê, que Michel Temer inaugurou nesta sexta, 23, mais uma etapa, é obra festejada por produtores com o justo anseio de transformar terras áridas em produtivas, também é atacado por ambientalistas por obedecer a uma lógica perversa que virou tradição no São Francisco, a de só tirar água, sem os cuidados com a preservação, nem com os pequenos.

Edson Torres, agrônomo aposentado da EBDA que participou da campanha SOS São Francisco ao lado de personalidades como Edson Quinteiro, Pedro Alcântara e José Rocha (hoje deputado federal do PR), diz que um estudo bancado pela Odebrecht revelou que, se todas as bombas do projeto Baixio de Irecê fossem ligadas simultaneamente, o rio Verde, afluente do São Francisco, secaria em 15 dias.

– Antes, como agora, a estratégia é sempre tirar água, nunca revitalizar as nascentes, algo tão simples.

O Baixio de Irecê é chamado de a transposição baiana.

Edson Duarte, a fé dos verdes

Edson Duarte, ex-deputado estadual do PV, assumiu nesta sexta a secretaria executiva do Ministério do Meio Ambiente e encheu de esperança os ambientalistas de Juazeiro, terra dele e onde também foi vereador, que brigam pelo rio São Francisco.

Espera-se de Edson que ele, até o fim do ano, consiga desengavetar boa parte dos projetos de revitalização do Velho Chico, que tem recursos alocados, mas que não se materializam.

Coluna de Levi Vasconcelos / A Tarde / Foto: Jorge Serejo
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