O resultado da expedição de ambientalistas da Fundação SOS Mata Atlântica que percorreu 305 quilômetros do Rio Paraopeba revelou que não há condições de vida aquática no trecho.

A análise foi feita desde Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde houve o rompimento da barragem da Vale, até Felixlândia, na Região Central de Minas Gerais. A expedição aconteceu entre os dias 31 de janeiro e 9 de fevereiro e percorreu 21 cidades.

Os indicadores de qualidade também mostraram que não há condições de uso da água. Dos 22 pontos analisados, 10 apresentaram resultado ruim e 12 péssimo.

Metais pesados, como manganês, cobre e cromo, foram encontrados em níveis acima dos limites máximos fixados na legislação. O contato com a água contaminada pode causar náuseas, rigidez muscular, tremores e fraqueza. O relatório informou ainda que a lama destruiu 112 hectares de florestas nativas.

A ONG afirma que o rio deve ser monitorado permanentemente e que não há prazo para que o ecossistema se recupere. Como as características dos rejeitos de minério podem se modificar ao longo dos anos, a qualidade da água pode não se alterar por décadas.

O relatório aponta ainda elevadas taxas de turbidez e de bactérias, além de baixa oxigenação da água na maioria dos pontos analisados.

Para o SOS Mata Atlântica, a restauração florestal e a ampliação dos serviços de saneamento básico devem ser implementadas para que o rio se recupere com maior rapidez.

Abastecimento

No dia 25 de janeiro, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) suspendeu a captação de água do Rio Paraopeba por causa do rompimento da barragem da Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com a companhia, o abastecimento da população atendida pelo Sistema Paraopeba está sendo realizado pelas represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e pela captação a fio d’água do Rio das Velhas.



Fonte: G1
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