Um procurador do estado da Bahia é investigado pela polícia por agredir um adolescente durante confusão ocorrida em um condomínio de classe média alta, na região da Avenida Garibaldi, uma das principais de Salvador. O caso ocorreu na última sexta-feira (17) e no mesmo dia foi registrado na Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), responsável pela investigação.

Através de imagens de câmera de segurança do condomínio, é possível ver o procurador José Augusto Martins Júnior agredindo com tapas e gritos o adolescente.

Por meio de nota enviada à imprensa, no final da tarde desta quarta (22), o procurador pediu desculpas pela situação. Disse que agiu por impulso ao tomar conhecimento de que o filho, uma criança especial de 11 anos de idade, estaria aos prantos após supostamente ter sido agredido pelo adolescente.


A Procuradoria Geral do Estado da Bahia, por meio de nota, afirmou que repudia veementemente todo e qualquer tipo de violência e destacou que está atenta ao desenrolar dos fatos. Ainda segundo a entidade, "no momento oportuno, a situação poderá ser apreciada pelo Conselho Superior do órgão", unidade responsável por analisar a conduta dos procuradores do Estado.



"Neste momento, como os fatos ocorreram no âmbito da vida privada do procurador, aguardamos o posicionamento das autoridades competentes", finaliza a nota.

Confira íntegra da nota do procurador:

"Diante do vídeo que está circulando nas redes sociais e na imprensa venho a público pedir sinceras desculpas, à sociedade e todos os envolvidos, pela forma inapropriada que reagi ao tomar conhecimento de que meu filho, uma criança especial de 11 anos de idade, estaria aos prantos após ser agredido mais uma vez, por um adolescente de 15 anos, no condomínio onde moramos. Tal episódio resultou nas cenas registradas pela câmera de segurança interna do condomínio.

O registro foi feito após eu ter sido chamado pela auxiliar que cuida do meu filho para intervir em mais uma agressão injustificada contra ele, que possui déficit cognitivo. Para detalhar o ocorrido é necessário expor que o meu filho é uma criança especial e há cerca de três anos vem, frequentemente, sendo agredido emocional e até mesmo fisicamente, por esse adolescente. Fato já comunicado a familiares do mesmo, que ficou sem solução.

Agindo no impulso da emoção, tendo meu limite da razão rompido e por expressa defesa que o instinto de pai manifesta, acabei desencadeando uma postura que destoa completamente da minha conduta pessoal e profissional.

Além de assumir toda responsabilidade pelos meus atos, aproveito este triste e lamentável fato para alertar aos demais pais que enfrentam a realidade de ter um filho especial, que denunciem todos os abusos sofridos, evitando o agravamento da situação com ações reiteradas de comportamentos agressivos.

Infelizmente alguns ambientes sociais exigem que cerquemos nossos filhos não só de amor mas de elementos que os protejam, para que não passem por situações como a que estamos vivenciando agora. Agradeço pelas inúmeras manifestações de apoio que estou recebendo de amigos, colegas de profissão, familiares e, especialmente, vizinhos que convivem e reconhecem a verdade do meu relato.

Sinceras desculpas.

José Augusto Martins Junior"


G1
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