A experiência de Educação a Distância (Ead) da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e a sua vinculação com a oferta de cursos de graduação e, também, com a Educação Básica foram discutidas, neste sábado (6), na Secretaria da Educação do Estado da Bahia. A atividade, coordenada pelo secretário Jerônimo Rodrigues, contou com a participação de Carlos Bielschowsky, ex-secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC), e idealizador do Programa UAB, no âmbito do MEC. Ele também dirige o Consórcio Cederj, que oferta cursos no modelo EAD do Rio de Janeiro, há 20 anos. 

O programa UAB tem o objetivo de ampliar e interiorizar a oferta de cursos e programas de Educação Superior, por meio da Ead, tendo como foco a formação inicial de professores da Educação Básica das redes públicas de ensino, tanto para os que ainda não têm graduação, quanto para aqueles que irão fazer cursos de pós-graduação. As ações da UAB também beneficiam dirigentes, gestores e outros profissionais da Educação Básica da rede pública. Na Bahia, atualmente, cerca de 2,8 mil professores estão sendo beneficiados com cursos da UAB, ofertados em 20 Polos Estaduais da Universidade Aberta na Bahia, em parceria com diversas universidades brasileiras, a exemplo das Federais da Bahia (UFBA), de Alagoas (UFAL), do Piauí (UFPI) e da Rural de Pernambuco (UFRPE), além das quatros universidades estaduais da Bahia (UNEB, UESC, UEFS e UESB). 

Durante o encontro, Bielschowsky falou sobre o Consórcio Cederj, que é vinculado à Fundação Cecierj, órgão da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Criado em 2000, o Consórcio conta com a parceria de municípios, mas é formado por oito instituições públicas de Ensino Superior do estado carioca, que detêm toda a competência acadêmica. “O corpo docente pertence às universidades consorciadas. É dele a responsabilidade do preparo do projeto político e pedagógico dos cursos, o conteúdo do material didático, além de cuidar da tutoria e da avaliação”, afirmou Bielschowsky, ao destacar o papel dos professores no sucesso da Ead. “Um sistema de Ead de qualidade tem docentes que coordenam as disciplinas (e seus  tutores) de altíssima qualificação, pois são responsáveis por centenas de alunos”, enfatizou. 

Além das graduações voltadas para a formação inicial e continuada dos professores, gestores e agentes culturais, o Consórcio também atua com Ead voltada para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), alcançando 80 mil pessoas em outras modalidades de ensino, como Ensino Fundamental, Ensino Médio e Pré-vestibular Social. São 33 Polos do Cederj, mais 57 Escolas de Jovens e Adultos e 50 espaços de oferta do pré-vesstibular social. 


Inclusão

Um dos destaques desta ação, segundo Bielschowsky, foi a elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no Estado, que passou de 25° lugar para o 5°. Segundo explicou, isto ocorreu devido à inclusão de pessoas que estavam fora do sistema formal de educação, como os da EJA, que passaram a fazer o Fundamental e o Médio pela Ead. 

O educador também falou do maior desafio do ensino a Distância, que é manter o estudante nos cursos e motivá-lo para isso. “Hoje somos  uma  referência  internacional  na  área de Ead, mas, ainda assim, alguns alunos parecem  sozinhos, alguns ficam desanimados, se dedicam porque precisam, e, mesmo assim, desistem. Este não é um desafio apenas nosso, mas de qualquer sistema no mundo de Ead de qualidade. Estamos operando a 20 anos, já avançamos muito, mas estamos tentando implementar mais mudanças. Criamos, por exemplo, uma equipe permanente para acompanhar a experiência de aprendizagem dos alunos e sugerir aos docentes mudanças positivas. Também criamos um sistema que oferece, em tempo real, informações sobre cada disciplina. Nossa prioridade é inovar, implementar caminhos de apoio ao aluno”, enfatizou. 

Expansão

O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, falou sobre a iniciativa. “O professor Carlos está aqui na Bahia desde ontem. Ele conheceu as instalações do nosso Instituto Anísio Teixeria, os estúdios do Ensino Médio com Intermediação Tecnólogia (EMITEC) e a política de Educação do Estado. Hoje, nessa oficina de formação, ele tratou da EJA, relatando experiências, debatendo o lugar, as concepções e questões concretas tanto de EJA a distância quando da presencial e falou da UAB. Ele dirigiu esta política de UAB e nos deu um certo conforto no sentido de que estará presente, caminhando conosco, sendo parceiro. Existe a possibilidade de uma cooperação técnica com a instituição que ele dirige”, afirmou. 

Para o secretário Jerônimo, experiências como estas podem fortalecer a formação continuada dos educadores na Bahia, além de ampliar as possibilidades de oferta de cursos na Educação Básica.  “A Bahia tem passos largos neste aspecto de EJA em números e qualificação. E tudo isso ajuda a gente a compreender como atuaremos, a curto prazo, para garantir que as políticas da EJA e UAB sejam ampliadas. Claro que estas são políticas de escala, porque a Bahia é muito grande. Por mais que tenhamos seis universidades federais, dois institutos e quarto estaduais, ainda temos dificuldade de ampliar com maior rapidez o acesso à universidade. Então, foi um dia de muita produção e orientação e saimos com uma boa agenda”, afirmou.”

Além de gestores e técnicos da SEC, também participaram da atividade, as professoras Alessandra Assis, do Fórum Estadual de Educação da Bahia; Lídia Boaventura e Tânia Benevides, da UNEB; e Márcia Rangel, da UFBA.

Ascom Educação | Fotos: Charles Carmo
Postagem Anterior Próxima Postagem