Os casos de doenças provocadas pelo mosquito aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya) tiveram um aumento na Bahia e a preocupação maior é neste período de pandemia da Covid-19 (novo coronavírus). Para se ter uma ideia, no caso da Chikungunya, no período de 29 de dezembro do ano passado até 6 de abril deste ano, foram registrados 3.764 casos prováveis. Os dados representam um aumento de 540,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram notificados 588. No total, 121 municípios baianos registraram notificação para a doença, sendo que Salvador lidera o ranking no estado com 1.510 casos de Chikungunya e, até o momento, uma morte. Os dados fazem parte do Monitoramento dos Casos das Arboviroses na Bahia, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Moradores da Boca do Rio, na capital baiana, denunciam os casos da doença. Na rua Bombeiro Eliezer de Alexandrino, o servidor público Moreno Gusmão, de 33 anos, queixa-se do proprietário da casa de nº 209, cuja piscina está com acúmulo de água esverdeada. “Moro no prédio Torre Mariano, com um filho de quase dois anos e minha esposa, que está grávida. A piscina é um foco do aedes aegypti e ninguém toma providência. Quando vem a fiscalização, o proprietário limpa a piscina, mas depois fica do mesmo jeito”, conta.

Também moradora da Boca do Rio, só que na rua Cristóvão Ferreira, a advogada Ana Bandarra, de 57 anos, denuncia o descarte irregular de lixo em um terreno baldio. Ela já contraiu chikungunya e a preocupação maior é com a mãe, uma idosa de 87 anos, que também teve a doença. “Trouxe minha mãe para perto de mim, porque, depois da chikungunya, ela sente muitas dores no corpo e tem dificuldade de locomoção. Agora, depende de um andador”, explica. Ela faz um apelo: “Peço que os órgãos responsáveis façam o trabalho com o fumacê e fiscalizem as áreas com acúmulo de lixo para identificar o dono”.

Dengue e zika

Os casos de dengue na Bahia tiveram um aumento de 10,2%, no período de 29 de dezembro de 2019 a 6 de abril de 2020, comparando com igual período do ano anterior. Foram notificados 16.570 casos prováveis da doença neste ano, contra 15.023, no ano passado. Ao todo, 308 municípios do estado registraram notificação e não há mortes por dengue. Somente em Salvador, foram 2.947 casos da doença. Também no mesmo período, os casos prováveis de zika em todo o estado foram de 694 (em 2020) ante 564 (2019) – aumento de 23%. Pelo menos 62 municípios realizaram notificações para a doença, sem registro de morte. Não há casos prováveis de Zika em Salvador.

A Tarde
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