O pacifista e congressista democrata John Lewis, aclamado como um dos maiores ativistas na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, morreu aos 80 anos na madrugada deste sábado, 18. O ícone afro-americano travou uma batalha ao longo da vida contra a discriminação racial e a injustiça, sendo espancado pela polícia e preso repetidamente durante protestos contra genocídios e leis sobre a imigração.

Lewis, que marchou com Martin Luther King Jr, havia anunciado em dezembro do ano passado que estava com um câncer em estágio avançado no pâncreas. A confirmação da morte foi feita por meio de um comunicado divulgado pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi. “Hoje, os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história”, afirmou.

O ativista se engajou na luta pelos direitos civis no período em que ainda estava na universidade, durante a década de 1960, como membro de um grupo que realizava protestos pacíficos contra as leis racistas vigentes na época.

Foi um dos mais jovens fundadores do movimento “Passageiros da Liberdade”, que lutou contra a segregação racial no sistema de transporte público dos EUA no início dos anos 60, e se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade. E, por diversas vezes, foi alvo de emboscadas violentas dos supremacistas da Ku Klux Klan.

Já como uma das principais lideranças estudantis do movimento negro da época, Lewis ajudou a organizar a manifestação que ficou conhecida como Marcha Sobre Washington, em agosto de 1963. Então com 23 anos, ele discursou ao lado de Martin Luther King para 250 mil pessoas na escadaria do Memorial Lincoln.

“Nós estamos cansados. Cansados de ser agredidos pela polícia. Cansados de ver nosso povo ser trancafiado nas cadeias repetidas vezes. E vocês dizem para sermos pacientes. Por quanto tempo podemos ser pacientes? Queremos nossa liberdade e a queremos agora”, disse Lewis, na ocasião.

A Tarde
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