A proposta de mudança no plano de recuperação judicial da Oi (OIBR3;OIBR4) foi aprovada na noite de terça-feira (8) em assembleia virtual de credores que durou 12 horas marcada por tensões, conflitos e problemas técnicos. A modificação do plano anterior, que valia desde 2017, abrirá a porta para a venda de ativos da quarta maior tele do país.

O novo plano prevê a venda de redes móveis, torres, data centers e parte da rede de fibra ótica, levantando mais de R$ 22 bilhões. O dinheiro será usado para fazer o pagamento antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%, além de sustentar os investimentos futuros.

O principal ativo são as redes móveis: no fim de semana, a companhia informou que colocou a proposta vinculante de R$ 16,5 bilhões do consórcio formado pelas rivais Vivo, Claro e TIM na condição de “stalking horse”. Assim, as companhias terão direito de cobrir eventual oferta de maior valor que seja apresentada no processo. Com as vendas, a Oi espera reduzir o endividamento e concluir a recuperação judicial em maio de 2022.

A assembleia foi marcada por divergências com Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, entre outras instituições financeiras. Os bancos criticavam o fato de a nova versão do plano ter estabelecido um deságio entre 55% e 60% no valor da dívida a ser paga pela tele, em comparação à versão original do plano, de 2017.

Representantes dos bancos defenderam durante a reunião a suspensão por pelo menos 30 dias da assembleia para que o aditamento ao plano proposto pela Oi fosse rediscutido, pedido negado pelo administrador judicial do processo. A assembleia foi paralisada três vezes para que as partes tentassem um acordo.

Já no fim da noite, a Oi ainda anunciou uma leve diminuição do deságio para a faixa de 50% a 55%. “As modificações vêm no espírito de viabilizar aprovação do plano, mas garantindo também a sustentabilidade da execução do plano”, declarou o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, antes do começo da votação.

Em comunicado ao mercado, a companhia destacou acreditar que o “aditamento ao PRJ [plano de recuperação judicial] aprovado atende a todas as partes interessadas de forma equilibrada e garante a viabilidade operacional, maior flexibilidade e eficiência financeiras e a sustentabilidade das recuperandas, com a execução do plano de recuperação judicial e do plano estratégico de transformação, o reposicionamento da companhia e a criação de valor para todos os seus stakeholders”.

Com Agência Estado
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