O Ministério da Saúde assinou contrato para adquirir 10 milhões de kits de reagentes usados em testes de Covid-19, o triplo do necessário. A discrepância foi indicada pela Diretoria de Integridade da própria pasta. O contrato foi assinado em agosto.

De acordo com informações de O Globo, o ministério informou que vai anular o negócio e apurar as responsabilidades. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que registrou indícios de irregularidades cita relato de integrante da Dinteg, em reunião no último dia 2, segundo o qual o suficiente seriam três milhões de reagentes para abastecer os Laboratórios Centrais de Saúde Pública estaduais.

O reagente objeto da contratação, chamado de extrator de RNA, é necessário para processar o teste PCR, o “padrão ouro” em diagnóstico de Covid-19. Com esse material, o laboratório pode separar o material genético do vírus na amostra e confirmar a infecção ou não.

Ainda conforme reportagem do jornal, o volume contratado acima do necessário não é a única suspeita de irregularidade em relação ao contrato. Há ainda alterações na especificação do objeto a ser contratado ao longo do processo de compra, pedido de reconsideração apresentado pela empresa que ficou em segundo lugar que foi ignorado pelos setores envolvidos e ocultado de outros integrantes da pasta.

O Ministério da Saúde não comentou a respeito da diferença entre o volume contratado e a necessidade da pasta, mas disse que o contrato está em processo de anulação. Na terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro retirou a indicação de Roberto Ferreira Dias para diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quem assinou o contrato suspeito. Atualmente, Dias é diretor de Logística do Ministério da Saúde, ainda remanescente da gestão de Luiz Henrique Mandetta e foi mantido pelo ministro Eduardo Pazuello.

Bahia.Ba

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