Parentes de uma idosa de 62 anos relataram que a mulher está internada indevidamente em um hospital de campanha especializado em Covid-19, em Salvador, e pedem por uma nova regulação. Segundo os parentes, ela foi levada para a unidade antes de sair o resultado exame, e posteriormente ela foi diagnosticada com AVC.

O caso aconteceu no dia 30 de outubro e, até esta terça-feira (17), Marlene Costa segue internada no hospital de campanha.

Marlene foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador, onde foi atendida inicialmente. Ela fez exames para a Covid-19, que deram negativo. No entanto, uma das filhas da idosa contou que o município fez a regulação da paciente para a capital, antes de ter o resultado do exame.

"Ela estava tonta, sentia dor de cabeça, ela não conseguia andar. E também estava com uma tosse produtiva, que foi o único sintoma que os médicos ficaram mais atentos, de todos que a família relatou. A gente foi surpreendido no sábado pela manhã, com a Central de Covid chegando para regular minha mãe para uma unidade Covid", conta Patrícia Costa.

"A médica da regulação olhou a imagem, o raio-x da minha mãe, e falou que ali não era caso de Covid, e que por conta de todas os outras sintomas de minha mãe, poderiam ser 'enes' problemas", detalha a filha da idosa.

Além da transferência indevida, sem aguardar a confirmação da Covid-19, Patrícia Costa, filha de Marlene, conta que os funcionários da UPA não tocavam na mãe dela, e era a irmã quem tinha que medicar a paciente.

"A UPA colocou minha mãe em isolamento, onde os funcionários não chegavam mais perto dela. Para medicar, eles colocavam o remédio na mão da minha irmã e davam água com seringa. Minha irmã que trocava fralda. E quando foi no sábado à noite ainda, minha irmã foi surpreendida que minha mãe seria regulada para um hospital de campanha Covid", lembra Patrícia.

Posteriormente, saiu o diagnóstico da idosa: ela teve um AVC isquêmico.

O médico ligou para a família, para informar que minha mãe tinha sido diagnosticada com AVC isquêmico ,e que ele já teria entrado com o pedido para a regulação, para que ela fosse encaminhada para uma unidade neurológica específica.

A família conta que ligou para o setor de assistência social do hospital de campanha, para saber a situação da regulação de Marlene para uma unidade neurológica, para ter tratamento adequado. Segundo ela, o hospital acha que a paciente enfrenta resistência em encontrar vaga, por estar em uma unidade de tratamento do coronavírus.

"Ligamos para a assistente social do hospital [de campanha] Wet'n Wild, na [Av.] Paralela, e eles informam para a gente que o que pode estar havendo é uma resistência das outras unidades, por minha mãe está em um hospital Covid, e por isso não querem aceitar".

Por meio de nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que a Central de Regulação está em busca de um leito de neuroclínica para transferir a paciente.

A Sesab disse ainda que "não existe esse preconceito" com relação a paciente estar em uma unidade exclusiva de Covid-19, e informou que a demora é pela disponibilidade do leito e pela classificação de risco.

Fonte: G1

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