A possibilidade de a pessoa com diabetes contrair COVID19 ė igual a da população em geral, mas o diabético pode ter maior risco de agravar a evolução da infecção. As informações são da diretora do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), a endocrinologista Reine Chaves. E os números da Secretaria da Saúde do Estado mostram isso: das mortes pela COVID19, o diabetes ė a segunda comorbidade mais presente, com mais de dois mil óbitos, sendo superada apenas pela hipertensão.

Para para evitar quadros graves de infecção pela Covid-19 ė muito importante a prevenção e o controle do diabetes, segundo Reine Chaves. E mais: “Manter o distanciamento social, usar máscaras de forma adequada, evitar ambientes públicos com aglomerações, e manter um bom controle metabólico são as condutas principais para evitar contaminação e estar mais preparado para responder adequadamente e sem maior gravidade, em caso de infecção”.

NO PRÉ -DIABETES

A COVID19, segundo a endocrinologista, pode levar a um quadro de diabetes em pacientes saudáveis e/ou com pré-diabetes, agravando a situação de quem tinha um quadro inicial de doença. Portanto, a pessoa com pré-diabetes também deve ser alertada para um maior risco de complicações mais sérias, se infectado”.

No diabetes – pontuou a especialista – as disfunções metabólicas podem levar a alterações nas respostas imunológicas nas infecções. São razões multifatoriais, mas a disfunção imunológica é a base do processo. Além disso, complicações inerentes ao diabetes e à síndrome metabólica, presentes em indivíduos obesos, levam a um estado de resistência à insulina e uma hiper resposta inflamatória, tornando-os mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros mais graves”, esclarece a endocrinologista.

RISCOS

Segundo Reine Chaves, o diabetes aumenta o risco de fibrose pulmonar, distúrbios pulmonares obstrutivos e diminuição da função respiratória, que por sua vez podem diminuir a oxigenação de vários órgãos, e ocasionar lesão renal, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e complicações cardiovasculares, geralmente vistos nos casos graves e críticos da infecção pela Covid-19. “Pode ocorrer ainda uma resposta exacerbada da coagulação, que em combinação com vasos sanguíneos já danificados vão aumentar a probabilidade de acidentes vasculares isquêmicos e embolia pulmonar, comprometendo a hemodinâmica cardiovascular”, complementa.

A endocrinologista observa que pessoas com diabetes que mantém a glicemia controlada, apresentam alterações mais baixas na evolução para insuficiência respiratória na COVID19. Isso foi apontado num estudo com vários pacientes com diagnóstico comprovado de COVID19. Logo – orienta a endocrinologista – manter a glicose no sangue com bom controle reduz a mortalidade e complicações graves nos diabėticos.

Manter o controle e o equilíbrio emocional ė a recomendação da diretora do Cedeba para as pessoas com diabetes diante do diagnóstico de COVID19.

Se estiver assintomático, o paciente deve fazer o isolamento para prevenir contaminação de pessoas próximas e falar com seu endocrinologista. Caso apresente febre e tosse seca de leve intensidade, serão indicados medicamentos e observação da evolução, para verificar se está havendo sinais de piora respiratória, com redução da saturação de oxigênio. Se isso ocorrer, tem que procurar uma assistência hospitalar . É importante alertar que os medicamentos para tratamento do diabetes não devem ser suspensos, exceto se houver recomendação específica do médico”, orienta a endocrinologista.

Ascom do Cedeba

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