Por Igor Fagner - As redes sociais do prefeito de Jacobina, Tiago Dias, tem sido um dos meios mais utilizados por jacobinenses para cobrarem detalhamentos dos dados da pandemia na cidade. A forma atual como o boletim é divulgado, tem gerado diversos questionamentos.

Em um recente comentário no Instagram do gestor, uma seguidora pergunta como é possível haver do dia 31 de dezembro até hoje, 16 dias depois, a recuperação de mais de mil pessoas. "Incrível os casos terem caído tão rápido assim em menos de um mês [...] está no mínimo tudo duvidoso. A prefeitura tem que ser transparente" escreveu. No último dia do ano, Jacobina apresentava 1261 pacientes com a covid-19 enquanto 996 aguardavam resultados do Lacen. No boletim divulgado no dia 16 de janeiro eram mostrados apenas 147 ativos, o que indica que 1083 pessoas receberam alta médica. 

No dia 5 de janeiro, tivemos acesso à informação que 88 pessoas haviam sido confirmadas com a infecção apenas nas últimas 24 horas - mais da metade do total que é mostrado atualmente. A outra parte então teria ocorrido no decorrer dos outros dias do mês? Vale considerar que o paciente leva em média 14 dias para receber alta médica, a contar da data em que foi comprovada infecção por exames, o que faria com que esses enfermos do dia 5 só fossem possíveis sair da quarentena no dia 19. Destacamos ainda que desde as eleições municipais Jacobina tem aumentado consideravelmente os números de casos, então se dividirmos a outra parcela nos onze dias que restaram, teríamos em média  8 casos positivos por dia, e isso estamos falando do mês em curso. E os pacientes que já estavam ativos do fim do ano, para onde foram? Só nos últimos três dias de 2020 foram 122 casos confirmados, os quais só estariam sendo liberados recentemente.

O boletim de janeiro traz 8 novos óbitos e a maioria não é de conhecimento da imprensa, qual a localidade das vítimas. O mapeamento, cuja função era mostrar quais áreas estão mais críticas, também foi suprimido e a população já não sabe mais os bairros que foram atingidos pela covid-19. Os casos importados, os quais reduziam do total pelo menos 400 pacientes já não são mostrados, o que faz parecer que os 3.767 casos positivos são todos de Jacobina. 

Uma outra informação que tem nos deixado confusos é no que se refere aos pacientes internados. O boletim de 31 de dezembro trazia detalhes do estado de saúde de cada um deles, os que estavam em leitos comuns, sala amarela (que já inspira um cuidado maior) e a UTI, com vítimas em situação delicada. Jacobina recentemente realizou transferência de pacientes para a capital do estado, ainda há alguém fora? Se sim, quantos? Não sabemos. Nenhuma nota oficial fora publicada pela assessoria de comunicação.

Os cálculos do boletim também são uma confusão a parte. Antes de também ser suprimido do boletim deste sábado, o total de testes realizados não condiziam com o que era mostrado de positivos, negativos e aguardando resultados. Por sua vez, o total de casos confirmados do início da pandemia até aqui, 3.767, de acordo com o novo boletim, só conseguimos extrair os 31 óbitos e os 147 ativos para encontrar o número de recuperados, o que traz uma diferença de 04 pacientes não encontrados (com exceção de os internados não serem considerados ativos para a administração). E os importados que supracitamos? Nos dados de 31 de dezembro eles eram 402.

A nossa equipe tem encontrado dificuldades no contato com a equipe de comunicação da PMJ, o que torna difícil publicar todos esses questionamentos já com as explicações. A falta de respostas também é uma das cobranças feitas pelos seguidores nas redes sociais do prefeito Tiago Dias. Particularmente, pra dormir bem, eu precisava ter em mãos pelo menos uma resposta: como Jacobina conseguiu o milagre de curar, de uma só vez, mais de mil pessoas. Talvez tenhamos aqui a cura para a Covid-19 e estamos perdendo tempo e dinheiro importando vacinas de outros países.

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