O pedido de exame de sanidade mental do autor do ataque a creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, foi negado pela Justiça. O jovem de 18 anos foi autuado em flagrante por cinco homicídios e uma tentativa de homicídio triplamente qualificados.

A solicitação foi feita pelo advogado do jovem, Kleber dos Passos Jardim, mas foi indeferida pelo juiz da comarca de Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda.

O juiz informou em sentença que o pedido foi negado por enquanto, mesmo com a indicação de eventual desvio de personalidade pelo comportamento e o modo que os crimes foram praticados.

“É importante considerar que tal deferimento é prematuro, especialmente porque o pedido encontra-se desacompanhado de maiores provas de que efetivamente haja uma perturbação mental, capaz de tornar o autuado inimputável, além de presunções relacionadas ao seu modo de agir”.

Ele ressaltou na sentença que o jovem ainda não foi ouvido em decorrência do seu estado de saúde. “Aliás, insta esclarecer que nem todo desvio de personalidade importa em incapacidade capaz de justificar a instauração de incidente de insanidade mental. A oportunidade da medida, caso seja necessário, poderá ser reavaliada posteriormente, no curso do processo penal.”, acrescentou.

Novo pedido

Segundo o advogado, um novo pedido dependerá das condições de saúde do jovem. “Vamos aguardar primeiro o estado de saúde dele, se vai sobreviver ou não e se terá condições de falar e se expressar, aí vamos avaliar”, disse em entrevista ao ND+. 

O advogado informou que não teve contato com os pais do jovem, apenas com o tio. “Ele relatou que o jovem não tinha vínculos sociais, era fechado e falava pouco. Sofria algum tipo de violência no colégio, mas ainda não sei que tipo de violência. Não tivemos acesso a ele em decorrência do estado de saúde”, acrescentou.

Agressor segue internado

Após o ataque, o jovem desferiu golpes contra si. Foi transferido em estado grave, passou por cirurgia e segue internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), do HRO (Hospital Regional do Oeste), em Chapecó.

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) solicitou a prisão preventiva do jovem. O pedido foi deferido pelo juiz, assim como a quebra de sigilo de dados, necessária para análise de computadores, videogame e pen drive apreendidos na casa do jovem.

Segundo relato do promotor Douglas Dellazari, que acompanha o caso, à Record TV, a intenção é que o jovem permaneça preso durante todo o processo de investigação.

Fonte: NDMais / Fotos: Willian Ricardo

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