Internado com Covid-19 há cerca de uma semana, o sambista Nelson Sargento morreu aos 96 anos, nesta quinta-feira (27). Presidente de honra da escola de samba carioca Mangueira, o artista, que estava hospitalizado no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, encontrava-se intubado e em “estado grave”, na UTI.

"Nelson Mattos deu entrada no hospital, no último dia 20, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar na unidade, foi realizado o teste de covid-19, que apontou positivo. O paciente estava aos cuidados do INCA na Unidade de Terapia Intensiva desde o último sábado (22). Apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados, o óbito ocorreu as 10:45 minutos dessa quinta-feira, 27 de maio de 2021", diz nota oficial do Inca.

No dia 26 de fevereiro, o compositor recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em casa, a Coronavac. A primeira dose tinha sido aplicada, em um ato simbólico no dia 31 de janeiro, no início da imunização de idosos na cidade.

A morte do artista foi confirmada por sua assessoria. "A família e a equipe de Nelson comunicam, com pesar e tristeza, o falecimento do mestre, baluarte e Presidente de honra da Mangueira, Nelson Sargento ocorrido hoje", diz comunicado. "Deixa mulher Evonete Belisario Mattos, seis filhos, Antônio Fernando, Marcos Vinicius, Jose Geraldo, Leo Mattos, Ricardo Mattos, Ronaldo Mattos, e Nelson Luis (falecido), netos e bisnetos", acrescenta.

Nascido em 25 de julho de 1924 e batizado como Nelson Mattos, Sargento conheceu o samba na infãncia no morro do Salgueiro, desfilando e tocando tamborim na escola "Azul e Branco". 

Na adolescência, o sambista teve o talento reconhecido por Alfredo Português, compositor da Mangueira, com quem compôs o samba-enredo "Primavera", conhecido como "As quatro estações", em 1955.

Já nos anos 1960, ele integrou o grupo A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho.

Nelson Sargento teve como parceiros musicais ainda nomes como Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.

Uma das últimas aparições públicas do sambista ocorreu em fevereiro, em um ato simbólico em defesa do carnaval, cancelado por causa da pandemia. 

“Todos nós estamos um pouquinho tristes por não ter desfile, mas foi melhor assim. Temos que estar todos vacinados para fazermos um grande carnaval em 2022”, disse ele, na ocasião.

Fonte: Bahia Notícias

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