O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD), deu voz de prisão a Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, perto do fim da sessão desta quarta-feira (7). “Ele vai ser recolhido pela polícia do Senado, deixei chances para ele desde a manhã, mas ele está mentido”, disse o parlamentar.

“Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, afirmou Aziz. Advogada de Roberto Dias diz que pedido é um “absurdo” e que o depoente deu “contribuições valiosíssimas”. A defesa questiona se ex-diretor da Saúde continua em posição de testemunha ou se agora é investigado.

Durante o depoimento, Dias negou as acusações trazidas pelo representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti Pereira à CPI da Covid. Nas palavras de Dias, “Dominguetti é um picareta”.

“Dominguetti é um picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde. Durante audiência, deu mais uma prova de sua desonestidade, não sendo merecedor de nenhum crédito nesta Casa”, afirmou a senadores.

Dias iniciou o depoimento ao colegiado defendendo que tem, como “único pedido, poder falar”. “Estou há mais de 10 dias sendo massacrado e citado em todos os veículos de comunicação, sem que haja nenhuma prova ou indício que sustente tais alegações.”

“Nunca pedi nenhum tipo de vantagem ao senhor Dominguetti e nem a ninguém”, prosseguiu.

O ex-diretor confirmou o encontro com Dominguetti no restaurante Vasto, no Brasília Shopping. No entanto, negou que teria agendado o jantar previamente com o vendedor. “Fui tomar um chope. Em dado momento, uma pessoa se dirigiu ao coronel Blanco, apresentando-se como Dominguetti”.

Segundo Dias, a proposta apresentada por Dominguetti ao então diretor do Ministério da Saúde “já havia circulado” na pasta federal. “Mas nunca seria sido apresentada a documentação necessária. Durante a conversa, citei o nome do Cristiano e o mesmo [Dominguetti] disse que era parceiro do senhor Cristiano.”

Dossiê

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias fez um dossiê para se proteger, ao ser exonerado no último dia 30 de junho.

“O senhor sabe que o senhor fez um dossiê para se proteger. Eu estou afirmando, eu não estou achando. Nós sabemos onde está esse dossiê, e com quem está. Não vou citar nomes para que a gente não possa atrapalhar as investigações. O senhor recebeu várias ordens da Casa Civil por e-mail, lhe pedindo para atender. Era ‘gente nossa’, ‘essa pessoa é nossa’. Não foi agora, não”, declarou Aziz, impaciente com algumas respostas de Dias.

Dias não confirmou, nem negou a existência do dossiê. A coluna Radar, da Veja, publicou que os documentos estariam guardados na Europa.

Por Victor Fuzeira, Marcelo Montanini e Luciana Lima / Matrópoles

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