Por José Antonio Valois – Observando o resultado das três últimas eleições gerais em Jacobina. Vemos que os candidatos a deputado estadual com maior votação no município acabaram sendo eleitos prefeitos na eleição seguinte

Em 2010, Rui Macedo foi o candidato a deputado estadual mais votado em Jacobina com 10.701 votos (18.591 votos em todo o estado). Rui disputou a eleição municipal de 2012 e se tornou prefeito de Jacobina com 17.429 votos.

Em 2014, Luciano da Locar se lançou candidato a deputado estadual e obteve 8.646 votos na cidade e 10.410 no Estado. Na eleição municipal de 2016, sagrou-se prefeito de Jacobina com 15.716 votos.

Tiago Dias teve 14.921 votos para deputado estadual, em 2018. Somente em Jacobina foram 11.163 votos. Tiago venceu a eleição municipal de 2020 com 19.207 votos.

Convém mencionar que a atual vice-prefeita Katia Alves também foi candidata a deputada estadual em 2018, e foi a segunda candidata mais bem votada na cidade com 3.293 votos. Votação que provavelmente fez com que fosse convidada a formar chapa com Tiago Dias.

Políticos ganham visibilidade disputando eleição, por isso vemos alguns nomes disputando uma eleição após a outra, mesmo que não tenham chances de realmente vencer o pleito.

O apelo de ser “filho da terra” gera boa votação. Jacobina quer e precisa ter pelo menos um deputado estadual e federal.

Agora em 2020, temos pelo menos 2 pré-candidatos a Assembleia Legislativa – Juliano Cruz e Katia Alves. Para a Câmara Federal, Mariana Oliveira e Patrícia Linhares estão com seus nomes postos como pré-candidatas.

Não dá para cravar que esses nomes também vão disputar as eleições municipais de 2024. Mas, certamente, quem tiver boa votação estará tentado(a) a concorrer à Prefeitura de Jacobina.

Outro ponto importante que pode servir de termômetro, é a votação dos candidatos a deputado estadual e federal daqueles que não são da terra, os “forasteiros”, que são apoiados por vereadores e, principalmente, prefeito.

Luciano da Locar apoiou em 2018 Luizinho Sobral e Elmar Nascimento, candidatos a deputado estadual e federal respectivamente. Luizinho conseguiu em Jacobina 2.634 votos – 6,84% dos votos válidos. Elmar recebeu 2.994 votos (7,97% dos votos válidos).

Vale destacar que, mesmo sem ocupar cargo eletivo, Amauri Teixeira foi o cabo eleitor de Marcelino Galo (estadual) e Jorge Solla (federal).

Galo ficou em 3º lugar na cidade com 3.019 votos (7,84%) ficando à frente de Luizinho Sobral. Solla ficou com 3.836 votos (10,22%) sendo o segundo melhor colocado aqui em Jacobina, só perdendo em número de votos para o ex-prefeito Rui Macedo – 5.188 votos.

Mesmo com a máquina na mão, os candidatos de Luciano, não tiveram ótima performance. Fato que poderia ser um indicativo de avaliação da sua gestão pelo eleitorado.

Em 2014, o ex-deputado Manassés recebeu 3.160 votos em Jacobina para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Já em 2018, tentou uma vaga na Câmara Federal com o apoio do ex-prefeito Leopoldo Passos. Sua votação caiu na cidade para 2.951 votos.

Não sei dizer o que impactou mais na votação: o desempenho do Jacobina Futebol Clube ou o apoio de Leopoldo Passos.

O ex-prefeito Rui Macedo tem visitado Jacobina com o deputado estadual Dal. Este deve ser candidato a deputado federal. Dal que se elegeu pelo PC do B, mesmo partido de Tiago Dias, passou pelo PP e agora está no União Brasil.

Será difícil desassociar o desempenho de Dal aqui com a receptividade ao nome de Rui…

O prefeito Tiago Dias também tem seus candidatos e deverá participar ativamente para Daniel Almeida e Junior Muniz.

O deputado federal Daniel Almeida deve tentar se reeleger pela 5ª vez consecutiva. Ele cresceu significativamente de uma eleição para outra. Saltou de 1.027 votos em 2014, para 2.816 votos em 2018 aqui no município.

Junior Muniz que agora está no PT, obteve só 233 votos em Jacobina. Certamente, com o apoio do prefeito, Muniz deverá ter uma votação expressiva na cidade. Seu desafio será grande, pois precisará de uma votação muito maior para reeleger, haja vista que Muniz venceu com 21.058 votos na eleição passada. Número que se repetir em 2022 será insuficiente em um partido grande como o PT.

Enfim, apresentei muito números, muitos indicadores. Mas como dizia minha professora de História: é importante conhecer o passado para compreender o presente e planejar o futuro.

Cada eleição tem sua história, mas quando certos padrões se repetem, convêm observá-los mais atentamente.

Mais importante do que ter dados é interpretá-los. As urnas vão falar novamente daqui 4 meses. Vamos ouvir o recado do eleitor.

José Antonio Valois é colunista do blog Jacobina 24 Horas

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