Conhecido como “Índio Tanaru” ou “Índio do Buraco”, o indígena que vivia sozinho e isolado há quase 30 anos em Rondônia, foi encontrado morto pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na última terça-feira (23). A informação foi confirmada pelo órgão na tarde deste sábado (27).

A Funai divulgou, segundo o G1, que, "o corpo do indígena foi encontrado dentro da sua rede de dormir em sua palhoça localizada na Terra Indígena Tanaru", durante a ronda de monitoramento e vigilância territorial realizada pela equipe da FPE Guaporé/Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC).

A Fundação informou que "não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso". Além disso, não havia sinais de violência ou luta. A Polícia Federal (PF) esteve no local e realizou a perícia com a presença de especialistas do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília e apoio de peritos criminais de Vilhena (RO).

O indígena era o único sobrevivente da sua comunidade, de etnia desconhecida. A Funai disse ainda que "lamenta profundamente a perda do indígena" e que a causa da morte será confirmada por laudo médico legista da PF.

Ivaneide Bandeira, ambientalista e fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, participou do processo de localização do “índio do buraco”, que aconteceu há mais de 20 anos. Para ela, o caso coloca em evidência as ameaças às quais os indígenas isolados são submetidos.

“Os seus territórios estão sendo invadidos, eles estão sendo expulsos sem nenhuma garantia de vida. É muito triste o que aconteceu com o índio isolado do Tanaru. Ele não aceitava de forma nenhuma o contato com essa sociedade que massacra e leva à extinção vários povos indígenas”, comentou.

Ivaneide lamenta, sobretudo, a extinção de mais uma etnia indígena no país. Algo que, segundo ela, não acontecia há anos.

Por Bahia Notícias 

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