O adolescente de 13 anos, filho de Raquel da Silva Almeida, de 34 anos (à esquerda), morta a facadas no bairro da Massaranduba, em Salvador, se fingiu de morto para sobreviver aos golpes dados pelo padrasto. O investigado, Diego Santos de Andrade (à direita), confessou o crime à polícia, mas foi liberado.

O crime foi cometido na noite de domingo (24). Ainda não se sabe por quanto tempo o adolescente fingiu estar morto, porque ele esperou que Diego fugisse para pedir ajuda aos vizinhos. Depois de assassinar Raquel, o investigado roubou pertences dela como documentos, celular e cartão de crédito.

Nesta terça-feira (26), o adolescente está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE). O pai dele, Rafael Teixeira, contou que ele alertava sobre a agressividade de Diego, mas era ignorado por outros familiares. Ele e Raquel terminaram o relacionamento há oito anos. A vítima estava casada com Diego há um ano e dois meses.

“Meu próprio filho se queixava comigo. Quando não conseguia me ver, pedia o celular de alguém e sempre relatava isso [agressividade]. Eu sempre dava atenção, mas a maioria das pessoas achava que era mentira, porque a mãe passava a mão na cabeça [de Diego]. E deu no que deu”, disse Rafael.

O garoto tem se comunicado apenas por gestual nos lábios. Segundo o pai, ele ainda não está conseguindo falar, porque foi atingido no pescoço, nas costas e no peito. Apesar disso, o estado de saúde dele é estável.

“Não está falando, mas se mexer nele, ele dá sinal com a cabeça, se está doendo ou não. No momento, vai precisar de um psicólogo. Ele abre o olho, chora. Move a boca falando ‘mãe’, mas a voz não sai. Para contar o que aconteceu, no estado que está, ainda não tem como".

Só na recuperação mesmo, para ele contar tudo. Ele está atento a tudo, não perdeu a memória de nada, de tanto que isso ficou marcado. Eu acho que é uma marca que vai ficar para o resto da vida dele.

Rafael disse que ainda não sabe como será o apoio psicológico para o filho, mas garantiu que vai buscar assistência para o adolescente. Desde a internação, ele segue no hospital acompanhando o garoto, e foi ouvido pela polícia no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apesar de só ter tido contato com Diego quando ia buscar o filho para visitas.

“Vou procurar saber do apoio psicológico a ele, acionar a assistente social para saber como vai ser, porque ele está em um momento muito delicado. Desde que ele deu entrada, eu ainda não saí daqui. Minha única saída foi para ir ao DHPP, porque eu prestei depoimento ontem, e voltei para cá”.

Polícia pede prisão preventiva

A Polícia Civil não manteve Diego preso por entender que não houve requisitos legais para o flagrante. Apesar disso, foi solicitado um pedido de prisão preventiva foi solicitado à Justiça. Até esta manhã, o poder judiciário ainda não havia decretado a detenção.

O caso é apurado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH), que fica no DHPP. Atualizações sobre o caso não foram divulgadas, para não comprometer as investigações. Apesar de não haver informações da polícia, sobre a motivação para o crime, a família crê que houve premeditação.

Fonte: g1

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