Policiais civis e militares e agentes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia receberão o Prêmio por Desempenho Policial (PDP) com 35% de acréscimo. O aumento fez parte de um pacote de reestruturação da Segurança Pública que foi votado e aprovado.

O Governo do Estado publicou na edição do Diário Oficial desta quinta-feira (7/9), as regras para a concessão do prêmio. Segundo a gestão estadual, o PDP é uma forma de estimular, reconhecer e valorizar o desempenho dos servidores, que atuaram na "redução das mortes violentas no primeiro semestre de 2023", no combate ao crime.

De acordo com governo, a Bahia apresentou nos seis primeiros meses deste ano uma diminuição de 4% dos assassinatos, na comparação com o mesmo período de 2022. As unidades policiais que nas suas áreas de atuação alcançaram redução de 6% (meta estipulada) receberão o maior valor.

Ganharão prêmios menores os efetivos lotados em unidades da Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC) e DPT que conseguiram reduções equivalentes a 50% e 20% da meta estipulada.

Criado em 2011, o Governo do Estado informou que já pagou através do PDP cerca de R$ 322 milhões para 256 mil policiais que diminuíram as mortes violentas nas suas respectivas áreas. Entre 2016 e 2022, os assassinatos recuaram 22,5% na Bahia.

O anúncio do prêmio foi publicado no Diário Oficial em meio a uma onda de violência que o Estado vive. Em Salvador, diversas trocas de tiros e ações com 17 reféns liberados têm feito moradores do bairro do Alto das Pombas, em Salvador, deixarem as suas casas.

Desde domingo (3), 11 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar e oito foram presas no Alto das Pombas e Calabar, bairro vizinho. Mais de 15 armas foram apreendidas.

A noite de terça e a madrugada de quarta (6) foram marcadas por tiroteios em outros dois bairros da capital baiana: Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina.

Governador descarta intervenção

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, negou que vai pedir intervenção federal para a segurança pública do estado, após os casos de violência registrados no início desta semana, em Salvador. No entanto, o gestor admitiu a possibilidade de adotar a medida futuramente, caso entenda que isso seja necessário.

Se precisar, não terei problema, mas não há ambiente agora para a gente poder duvidar [da segurança da Bahia]. Não é preciso a intervenção do governo federal no estado da Bahia. Estamos tranquilos e firmes com isso.

O declaração foi dada antes de Jerônimo Rodrigues participar do tradicional desfile do 7 de setembro, no Campo Grande, em Salvador, na manhã desta quinta-feira (7).

"A Polícia Civil, a Polícia Militar, a nossa fala, é uma fala máxima de segurança. Mas já estamos tendo uma parceria com a Polícia Federal, tanto nas ações de inteligência quanto nas intervenções feitas", pontuou.

No dia 11 de agosto, a PF e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia lançaram a 'Força Integrada de Combate ao Crime Organizado'. A assinatura do Acordo de Cooperação Técnica visa fortalecer a relação entre os dois órgãos, com o objetivo de intensificar, em caráter especial, o enfrentamento às organizações e associações criminosas.

Segundo a PM, todas as mortes contabilizadas são de pessoas que tinham envolvimento com facções criminosas.

A violência na capital é, inclusive, atribuída ao crescimento desses grupos, segundo o Secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner. A declaração foi dada em coletiva, após reunião da cúpula da Segurança Pública com o governador Jerônimo Rodrigues.

Na quarta-feira, o secretário faltou a dois chamados da Assembleia Legislativa do estado para prestar esclarecimentos aos deputados estaduais que formam a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública na Alba. Marcelo Werner é aguardado há seis meses na casa legislativa.

Sobre a onda de violência na cidade, em nota, a SSP-BA informou que mantém as ações de inteligência e repressão qualificada em todas as localidades onde houve registros de tiroteios ao longo desta semana.

Fonte: g1

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