Depois de três partidas recheadas de cartões, expulsões, trocas de ofensas em campo e, mais recentemente, brigas pós-jogo, é natural pensar que o clima do Ba-Vi de nesta quarta-feira, 3, às 21h45, na Fonte Nova, em Salvador, primeiro jogo de ida da final do Campeonato Baiano, terá o mesmo tom.



As circunstâncias da partida desta noite se apresentam: o Bahia vem embalado pela classificação na Copa do Nordeste em cima do rival, no último domingo, e tem a torcida a seu favor mais uma vez – torcida essa que ajudou a ‘empurrar’ o Esquadrão desde a chegada na Arena Fonte Nova.

Já o Vitória, após perder seu primeiro Ba-Vi na temporada – venceu os dois primeiros por 2 a 1, na Fonte Nova e no Barradão – chega para o jogo da decisão estadual, ao menos em teoria, fragilizado.

Após uma atuação apagada, em que não conseguiu criar em cima da pressão imposta pela torcida e pelo elenco do Bahia, o Rubro-Negro ainda perdeu o treinador Argel Fucks, demitido na segunda-feira.

Essa mudança pode dar novos ares ao Vitória. Assumindo interinamente o time, o auxiliar técnico Wesley Carvalho falou da dificuldade de organizar e motivar o elenco do Leão para enfrentar o Bahia novamente na Fonte.

“Eu acho que nós temos que ser diferentes. Se a equipe não jogar diferente não tem como ser campeã. Temos 48 horas de trabalho, é pouquíssimo tempo. O que podemos prometer ou desejar para o torcedor é que vamos fazer o máximo para poder ser diferente do jogo passado”, disparou.

O treinador reconheceu que uma dificuldade a mais é montar a equipe com peças importantes sofrendo com problemas físicos (leia mais abaixo sobre o assunto).

“Tenho que recuperar minha equipe e fazer com que ela acredite que a vitória pode acontecer. Temos a vantagem, e temos que utilizá-la no momento correto. Vamos utilizar nesse Ba-Vi uma energia boa, um futebol bonito, sem guerra, sem violência” garantiu o treinador. “Queremos um Ba-Vi de paz”, arrematou.

Do lado do Tricolor, a estratégia é se manter forte e agressivo em campo – mas com cuidado para não provocar ou cair em provocações dos rivais. Para Régis, autor do segundo gol do Bahia no último clássico, a ideia é usar a confiança conquistada com o triunfo para definir logo a parada.

“Quando se trata de título, a motivação do atleta vai lá em cima. Temos que manter o espírito que a gente teve no jogo passado”, disse.

“Acho que a gente saiu do último jogo num nível diferente. Conseguimos uma classificação pra final do Nordestão, vínhamos de duas derrotas pro rival. Dá uma confiança a mais para que a gente possa ir pro próximo jogo sabendo do que a gente pode fazer e saber que tudo pode dar certo”.
Guerra ou paz?

Alguns jogadores dos dois times se mostraram preocupados com a possibilidade de a tensão dentro e fora de campo se repetir. O próprio Régis criticou a briga após o jogo e disse que os atletas precisam dar o exemplo contrário.

“A gente fica triste pelo acontecido, no futebol a rivalidade é dentro de campo. Fora pode ter a gozação, a brincadeira... Somos um exemplo pras crianças, pra quem tá fora de campo. Espero que nos próximos clássicos a gente não passe por isso”, disse o jogador.

Já Fred, zagueiro do Vitória – que saiu machucado do jogo de domingo e não irá atuar nesta quarta- – disse que espera que o ‘clima de guerra’ continue, mas dentro de campo.

“Tem tudo para acontecer novamente. Clássico é sempre disputado”, opinou.

Bahia x Vitória - Jogo de ida da Final do Campeonato Baiano

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador

Quando: Quarta-feira, 3, às 21h45

Árbitro: Raphael Claus (Fifa/SP)

Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa/SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa/SP)

Bahia - Jean, Eduardo, Tiago, Jackson e Armero; Edson, Renê Júnior e Régis; Allione, Zé Rafael e Edigar Junio. Técnico: Guto Ferreira.

Vitória - Fernando Miguel, Patric, Kanu, Alan Costa e Geferson; Willian Farias, Uillian Correia, Euller e Cleiton Xavier; David e André Lima. Técnico: Wesley Carvalho.

A Tarde

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