O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado nesta quarta-feira, 5, e uma espécie genuinamente baiana está com sérios riscos de entrar em extinção: o Calango do Abaeté (Glaucomastix abaetensis). Com sete cores e cauda verde-azulado brilhante, o calango foi descoberto na Lagoa do Abaeté e descrito pela ciência apenas em 2002. Ele ainda pode ser encontrado em Salvador e no Litoral Norte da Bahia, em áreas de restinga.

Caso seja extinto em Salvador, restariam apenas em quatro cidades baianas: Camaçari, Mata de São João, Entre Rios e Esplanada. O monitoramento do Calango do Abaeté é realizado no Parque das Dunas há mais de quatro anos, único local na capital baiana onde a espécie ainda é encontrada.

Segundo o pesquisador PhD em Biologia da Conservação pela University of Kent, em Canterbury (Reino Unido) e coordenador do Programa de Pós-graduação em Planejamento Ambiental da Universidade Católica do Salvador (UCSal), Moacir Tinoco, é necessário o envolvimento da comunidade.

“Os pressupostos da Biologia da Conservação são claros: devemos integrar pesquisa, manejo e monitoramento e educação ambiental em torno de uma espécie ameaçada para promover a sua efetiva preservação enquanto unidade taxonômica. Um projeto de conservação stricto sensu só funcionará se integrar essas três dimensões, caso contrário, não terá sucesso. É exatamente isso que fazemos no projeto Calango do Abaeté, carinhosamente acolhido pelo Parque das Dunas: pesquisa, monitoramento e educação ambiental”, esclarece Tinoco.

Foto Moacir Tinoco

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