Dono de uma das torcidas mais apaixonadas do interior do estado, o Jacobina já está na elite do Baianão há seis temporadas. No entanto, dessa vez a corda pode roer para o Jegue da Chapada, que enfrentou turbulências na pré-temporada. Com as eleições presidenciais adiadas em 2019, por falta de candidatos, o clube do extremo norte da Chapada Diamantina chegou a cogitar encerrar suas atividades profissionais.

As eleições estavam marcadas para o dia 20 de novembro, mas só aconteceram no dia 11 de dezembro. O eleito foi Erenaldo Benício. O antigo presidente, Rafael Damasceno, não queria continuar em cargo de gestão do clube, mas acabou aceitando a vice-presidência. “A possibilidade de ser presidente era zero. Se reuniram comigo e eu disse não. Juntou um grupo que resolveu vir para o Jacobina, a empresa Dular. Eles pediram que eu ficasse como vice. Se a empresa Dular não vem e a gente não continua, podia acabar. O custo do futebol é muito alto”, revelou ao A TARDE.

Ainda de acordo com Damasceno, o objetivo é, daqui há dois anos, que o Jacobina se transforme totalmente em clube-empresa, com a Dular comandando o futebol. Na visão do dirigente, o impasse prejudicou a preparação para o Campeonato Baiano. “A gente montou o elenco de última hora. Foram 22 contratações, reformulamos o plantel inteiro”, contou. No entanto, não vê o time como o principal candidato ao rebaixamento. “Acho que nosso elenco esse ano é melhor do que o ano passado”, avaliou.

Destaques

Para 2020, o Jacobina contratou o técnico Arnaldo Lira, que comandou o Atlético de Alagoinhas no Baiano passado. O Carcará ficou com a terceira colocação em 2019, sendo eliminado pelo Bahia na semifinal. Além disso, o Jegue trouxe também João Neto, atacante artilheiro do estadual passado – marcou oito gols em 11 partidas pelo Atlético. É a terceira passagem dele pelo clube, que atuou por lá em 2014/2015 e em 2016.

Outra contratação que pode se destacar pelo Jacobina no Baianão é o atacante uruguaio Lázaro Zoppi, que jogou nas categorias de base do Peñarol. “Ele é uma das promessas da equipe, sem dúvidas. Além dele, tem também o zagueiro Bruno, que chegou, e pode fazer um bom campeonato”, afirmou Damasceno.

Histórico

Com a conquista do acesso para a Primeirona de 2015, não voltou mais para a divisão inferior, mas sempre flertou com o rebaixamento. Sua melhor participação foi um sexto lugar, em 2016, e nas outras edições ficou em oitavo ou em nono. Em 2016, inclusive, classificou-se às oitavas de final, mas acabou eliminado pelo Vitória da Conquista.

Torcida apaixonada

“Aqui, a prioridade é o Jacobina. Existem cidades que têm preferências por outros clubes, como Bahia, Vitória e Flamengo, mas aqui não. Nossa torcida é esmagadora. A paixão da região é o Jacobina”, disse Rafael Damasceno.

Em 2019, a média de público no Baianão foi de 1.640 pessoas por partida, num estádio que abriga cinco mil pessoas. O número é maior do que o do Bahia de Feira, por exemplo, vice-campeão do ano passado, mas que teve apenas 1.230 torcedores por jogo. Atualmente, a folha de pagamento do Jacobina é de R$ 85 mil por mês para o futebol.

Foto: Jacobina Notícias
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