A "onda" de fumaça que atingiu Manaus no domingo (29/10) voltou a pairar sob a cidade na tarde desta segunda-feira (30/10). Essa é a segunda vez que o fenômeno atinge a capital amazonense, que vive uma grave crise ambiental, agravada pelas queimadas e pela seca histórica que atinge a região.

No início do mês, a cidade também já havia sido impactada pela fumaça que, segundo o Ibama, era resultado de queimadas que teriam ocorrido na Região Metropolitana de Manaus. O estado, inclusive, tem em 2023 o pior índice de incêndios para o mês de outubro dos últimos 25 anos. Até o domingo (29/10), são quase 4 mil incêndios.

A grave crise ambiental enfrentada pelos manauaras também é potencializada pela seca do Rio Negro. O nível do rio que banha a capital do Amazonas chegou a 12 metros, o menor registro em 121 anos de medição. A vazante isolou comunidades rurais, fechou balneários e mudou o cenário do Encontro das Águas, um dos principais pontos turísticos da cidade.

No Morro da Liberdade, a qualidade do ar, que o nível de poluição do ar que, entre 125 e 160 é considerado péssimo, chegou a 176. Na Vila Buriti, o índice chegou a 158,9.

Na Zona Centro-Sul, o sistema aponta que a qualidade do ar é considerada muito ruim. No Parque Dez, o índice aponta que o nível do ar está em 116.9.

Em nota, o Aeroporto Internacional da capital amazonense também disse que, até o momento, a fumaça não afetou nenhum dos voos programados e o espaço segue funcionando normalmente.

Órgãos se manifestam

O g1 questionou o Ibama, o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus para saber as causas dessa nova onda de fumaça.

Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que as partículas de fumaça intensificadas sobre Manaus provém sobretudo de queimadas registradas na Região Metropolitana de Manaus (120) e no estado do Pará (3.965).

A pasta disse ainda que "as forças ambientais e de segurança pública do Estado têm reforçado as ações de combate e fiscalização na Região Metropolitana desde o dia 11 de outubro. Como resultado, os focos de calor na RMM caíram de 675 - registrados de 1º de outubro a 10 de outubro -, para 174 focos - registrados a partir do dia 11 até esta segunda-feira (30/10), com o reforço das operações na RMM".

"O material particulado das queimadas do Pará e RMM permanece suspenso na região metropolitana devido ao calor intenso e chuvas abaixo da média provocados pelo El Niño - que apresentou-se mais intenso neste ano, associado ao aquecimento do Atlântico Norte", disse o órgão.

Por fim, a Sema ressaltou ainda que, com as chuvas abaixo da média para o período, a massa de calor sobre Manaus pode continuar a interferir na qualidade do ar para os próximos dias, uma vez que partículas de fumaça encontram dificuldades em se dispersar nessas condições.

A Prefeitura de Manaus também disse que a fumaça que encobre a capital amazonense tem origem nos municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM), de acordo com dados do programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A pasta disse ainda que realiza, desde junho, a campanha Manaus Sem Fumaça.

"São ações de educação ambiental, blitze ambientais (nas saídas da cidade), além de sensibilização nas escolas (públicas e privadas) e empresas do Polo Industrial. Todos os dias, a Semmas tem feito um trabalho de rega, nos principais canteiros da cidade e nos parques administrados pelo órgão".

Além disso, a Semmas disse que, toda quarta-feira, as equipes de arborização e de educação ambiental estão em uma zona da cidade fazendo a campanha Manaus Sem Fumaça, distribuindo informativos e orientando a população.

Já o Ibama ainda não se manifestou sobre.

Fonte: g1

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