De acordo com o piloto do metrô, que controlava o veículo antes do incêndio da última sexta-feira (12/1), a ação completa de evacuação de emergência dos vagões foi rápida e durou cerca de 2 minutos. Momentos depois, o trem começou a pegar fogo próximo à estação Arniqueira, em Águas Claras.

Para o Metrópoles, o piloto Rubens Fernandes de Sousa, de 45 anos, conta:

Percebi que ali tinha algum problema relacionado ao trem, que algo estava fora do normal ali. Fui lá para ver o que estava acontecendo, acredito que foi coisa de dois minutos, três minutos no máximo, essa hora de tirar os usuários do trem foi muito rápido. Foi uma coisa, na hora que eu percebi, no máximo, três minutos.

Ele relembra que, no momento em que viu que havia muita fumaça e possibilidade de um curto-circuito, decidiu imediatamente evacuar os vagões:

Vi que realmente não havia condições do trem seguir com os usuários dentro. Instintivamente, já falei: 'Não vamos com esse trem aqui porque não tem condições dele seguir viagem'. Eu tive muita ajuda do pessoal da segurança, que me deu aquele apoio para tirar o pessoal ali dentro.

Perspectiva do piloto

Ao Metrópoles, o piloto contou a dinâmica do incidente sob a sua perspectiva. O funcionário recorda que estava na última volta do seu expediente, indo sentido Samambaia. No meio do percurso, um usuário tentou se comunicar por meio de um sistema que há dentro dos trens, mas Rubens não conseguiu entender inicialmente porque as falas não eram claras.

Quando acontece isso, geralmente, são pessoas que passam mal dentro do trem. A gente já imagina isso, que aconteceu alguma coisa do tipo. Eu fiz um anúncio geral, que é uma audição pública ali no trem, avisando que faria atendimento na próxima estação, Arniqueiras. No mesmo momento, já apertaram o botão de emergência e começou a soar o alarme da cabine, afirma o profissional.

Nessa hora, eu notei que realmente tinha alguma coisa acontecendo lá. Eu já, de imediato, falei com o centro de controle para fornecer o corpo de segurança para fazer atendimento quando chegássemos na estação, continua.

Em Arniqueiras, ele observou que alguns usuários saíram correndo do vagão que apresentava fumaça. O piloto decidiu evacuar todo o trem e solicitar que fosse levado para o pátio.

Eu quis tirar o trem ali o mais breve possível para que nada acontecesse. Do jeito que estavam ocorrendo lá, poderia acontecer um incêndio a qualquer momento.

Com os vagões esvaziados, na estação seguinte, ele entregou o comando do trem para outro piloto seguir o trajeto até o pátio de manutenção.

Alguns metros depois da estação, o trem começou a realmente a pegar fogo. O trem não tinha mais condições de seguir e ele automaticamente aplicou freios de emergência e o outro piloto não teve como seguir viagem, diz Rubens.

Incêndio

Na última sexta-feira (12/1), a circulação dos trens da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) precisou ser interrompida para ação do Corpo de Bombeiros do DF. De acordo com a empresa pública, um passageiro do metrô fez o acionamento do botão de alerta antes de o vagão pegar fogo.

O trem apresentou uma falha de tração no local, o que fez com os usuários tivessem de desembarcar naquela estação após o piloto receber alerta. Por volta das 13h, os passageiros que seguiam nos sentidos Central e Ceilândia voltaram a embarcar e desembarcar normalmente. As viagens no sentido Samambaia ficaram interrompidas até avaliação da equipe técnica da companhia, mas também voltaram a ser realizadas minutos depois.

Fonte: Metrópoles

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