A assistente social Ana Carolina Andrade, 32 anos, morta durante um acidente de carro na Avenida Paralela, tinha acabado de sair de uma consulta pediátrica com o filho Caio Andrade, de três meses, e com o marido, o técnico em elétrica Leandro Nery, 36. A vítima seguia para casa, localizada no bairro do Jardim das Margaridas, em Salvador. Ela havia se mudado para a cidade há dois anos, assim que se casou com Nery.

“Caio foi muito esperado por eles. Minha sobrinha planejou tudo. Ela era uma pessoa cheia de vida e que tinha vontade de viver. É muita crueldade morrer dessa forma. Nós, da família, estamos acabados”, disse a tia da vítima, Ana Cristina Andrade.

Na tarde desta terça, ela ainda resolvia questões burocráticas sobre o sepultamento da sobrinha, no Instituto Médico Legal (IML). Ana Cristina conta que ficou sabendo do acidente através de um telefonema. “Alguém viu na televisão e me ligou pra avisar. Meu chão caiu”, relembrou ela.

Bastante abalada, Ana falou sobre os últimos momentos que teve com a sobrinha, no domingo (1º). “Nos reunimos no almoço de Páscoa. Eu estava com ela. É difícil acreditar no que aconteceu”, comentou.

Ana Carolina, Caio e Leandro em foto recente (Foto: Divulgação/Facebook)
Ana Carolina cresceu no bairro de Vista Alegre, no Subúrbio Ferroviário. Ela trabalhava na Fundação José Carvalho há oito anos. Já o marido, Leandro, cresceu na região da Avenida Vasco da Gama.

Estado de saúde

Pai e filho passam bem, mas ainda devem passar a noite do Hospital São Rafael, segundo a tia da vítima. Ela disse que chegou a conversar com a pediatra que atendeu o bebê. “Caio está aparentemente bem, mas ele vai ficar no hospital por questões de segurança”, afirmou.

Leandro está com um colar cervical por causa do impacto do acidente e ainda vai ser submetido a exames. O sepultamento de Ana Carolina vai ocorrer nesta quarta-feira (4), às 16h30, no cemitério Bosque da Paz, no bairro de Nova Brasília. 

Acidente

O acidente aconteceu por volta das 8h40, na região do Bairro da Paz, sentido aeroporto. A proteção metálica atravessou todo o veículo pelo lado da motorista. Viaturas da Polícia Militar e da Transalvador permaneceram no local durante toda manhã.

O corpo de Ana Carolina foi retirado pelo Corpo de Bombeiros por volta de meio-dia, após uma equipe do Departamento de  Polícia Técnica (DPT) realizar perícia.


"Eu não vi tudo, mas vi que ela chocou primeiro contra o guard rail, girou e nessa o outro carro, um J3 da Jac Motors, veio e bateu nela. Aí já era tarde. Ela morreu na hora", disse um operário, sem se identificar.

Conforme Eric Mascarenhas, foi possível ouvir o barulho causado pelo impacto entre o veículo, um Voyage prata, com o guard rail. Um segundo carro, modelo J3 da Jac Motors, chegou a bater no carro conduzido por Ana Carolina, que trafegava sentido Aeroporto. "Eu escutei o barulho e o carro já estava assim, virado na contramão. O motorista do outro veículo [Jac], coitado, bastante nervoso, disse que ainda tentou desviar. Me aproximei e fiquei apavorado quando vi o bebê", disse.

Perito do DPT, Agnaldo Petrônio afirmou que ainda é cedo para apontar as causas do acidente. "Alguma coisa impulsionou a motorista para a esquerda. É cedo para fazer qualquer afirmação, ainda vamos periciar o segundo veículo [J3], mas, por alguma razão, a motorista inclinou para a sua esquerda e acertou o guard rail", afirmou ao Correio. 

Ainda conforme Agnaldo, a perícia não encontrou indícios que indicassem que Ana dirigia em velocidade acima da permitida. "Mas só a perícia finalizada poderá indicar as causas", ponderou Agnaldo. Segundo o perito, a vítima sofreu lesões em toda perna esquerda, atingida pelo equipamento metálico.

Não há informações sobre o estado de saúde de Leandro Nery e do filho. O laudo pericial com as causas do acidente podem levar até 90 dias para ficar pronto, segundo o DPT.

Fonte: Correio
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