O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu urgência e firmeza contra a invasão russa ao seu país ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (5). “Se vocês não souberem como tomar essa decisão podem fazer o seguinte, retirar a Rússia (do Conselho) para que não eles não possam bloquear decisões sobre sua própria agressão e guerra.”
Discursando em formato virtual, Zelensky citou a morte de civis, chegando a acusar as forças de Vladimir Putin de torturar às vítimas. “Membros foram cortados, gargantas foram cortadas, mulheres foram estupradas e mortas na frente de crianças. Isso não é diferente do que terroristas fizeram em outros territórios, mas está sendo feito por soldados de um membro do Conselho de Segurança da ONU.”
A repercussão das imagens da cidade ucraniana de Bucha, onde foram encontrados corpos de civis no meio das ruas, em valas comuns e em um porão após a saída das tropas russas, fez com que países europeus anunciassem hoje a expulsão de diplomatas russos — apesar do país de Vladimir Putin negar veementemente as acusações e acusar a Ucrânia de montar uma “encenação” com as vítimas.
A Itália anunciou a expulsão de 30 diplomatas russos, movimento também feito pela Dinamarca, que expulsou 15, e pela Suécia, que anunciou a deportação de três oficiais do país.
A Rússia prometeu retaliações e “uma resposta apropriada” às expulsões, segundo informou a agência de notícias Tass, citando a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Na segunda, a União Europeia anunciou uma equipe de investigação conjunta com a Ucrânia para apurar supostos crimes de guerra russos e crimes contra a humanidade.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o principal diplomata da UE, Josep Borrell, viajarão para Kiev esta semana para um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A reunião acontecerá “antes do evento de doação #StandUpForUkraine no sábado em Varsóvia”, escreveu o porta-voz da UE, Eric Mamer, no Twitter.
Além disso, os ministros das Finanças europeus se reunirão em Luxemburgo nesta terça-feira para discutir a imposição de novas sanções à Rússia após relatos dos supostos crimes de guerra em Bucha.
“Temos novas imagens de satélites sobre o que está acontecendo, o que estava acontecendo em Bucha. E temos que reagir”, disse na terça-feira Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia. Ele reiterou que “nada está fora da mesa”.
Rússia nega assassinatos
Em nova resposta às acusações, o Ministério da Defesa da Rússia disse, na terça-feira (5), que os serviços especiais ucranianos organizaram supostos assassinatos de civis em cidades ucranianas na tentativa de espalhar propaganda pela mídia ocidental.
“Soldados do 72º Centro Principal de Operações Psicológicas da Ucrânia realizaram outra filmagem encenada de civis supostamente mortos pelas ações violentas das forças armadas russas” em 4 de abril em uma vila a 23 quilômetros a noroeste de Kiev, disse o ministério.
“Eventos semelhantes já foram organizados por serviços especiais ucranianos em Sumy, Konotop e outras cidades.”
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também se manifestou nesta terça-feira e disse que as alegações eram uma “falsificação monstruosa” com o objetivo de difamar o exército russo.
“É simplesmente um show bem dirigido, mas trágico”, disse Peskov durante uma coletiva de imprensa. “É uma falsificação com o objetivo de difamar o exército russo, e não vai funcionar”.
O investigador-chefe da Rússia ordenou na segunda uma análise oficial do que chamou de “provocação” ucraniana depois que Kiev acusou os militares russos como responsáveis pelo massacre.
Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia, ordenou que uma investigação fosse aberta com base no fato de que a Ucrânia havia espalhado “informações deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, disse o comitê em comunicado.
Fonte: CNN
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