Há exatamente um mês, o município de Jacobina não registrava nem um caso sequer do novo coronavírus, o Sars-CoV-2, causador da covid-19. O mês de maio começava quase que normalmente para os jacobinenses, exceto pelas notícias regionais, que mostravam casos confirmados em cidades da microrregião, ou o noticiário estadual, que mostrava o avanço do vírus com pouco mais de 3 mil infectados e 114 mortes na Bahia. À época, o brasileiro se assustava com os quase 100 mil casos de covid-19 no país, e 7 mil mortes.

A pandemia, em 1º de maio, parecia ainda distante de Jacobina. As atividades econômicas haviam sido liberadas após vinte e um dias de restrições. Mesmo com o vírus já ali, bem perto, em alguns municípios vizinhos, os jacobinenses pareciam céticos quanto à chegada dos efeitos da pandemia por aqui. Ao menos, era essa a impressão que se tinha ao observar o comportamento social nas ruas da cidade: as filas nas agências bancárias eram imensas, com grandes aglomerações; as lojas do centro comercial registravam um relativo movimento; e a feira livre ainda seguia sem muitas mudanças.

Havia ainda muita resistência em relação ao uso de máscara, e era comum encontrar pessoas com o rosto totalmente descoberto nas ruas. O distanciamento social e demais cuidados preventivos contra a covid-19 não eram levados tão a sério por muitas pessoas. Por outro lado, muitos tinham a percepção de quão arriscado era aquilo tudo, que toda aquela tranquilidade teria fim em breve, era só uma questão de tempo.

Primeiros casos

No dia 2 de maio, uma mulher de 54 anos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Jacobina, com os sintomas de coronavírus. O teste rápido feito na paciente deu positivo para a covid-19. Porém, inicialmente, a Secretaria da Saúde, através da assessoria de imprensa, negou e emitiu nota oficial repudiando o que chamou de "especulações" (relembre aqui). No entanto, quatro dias depois, em 6 de maio, a confirmação veio através do prefeito Luciano Pinheiro (DEM), que fez um pronunciamento em vídeo (disponível aqui) anunciando os dois primeiros casos positivos de coronavírus em Jacobina – o  da paciente em questão e de um familiar dela. 

A partir daí, teve início a escalada da covid-19, os efeitos da pandemia chegara em Jacobina. Lojas esvaziaram, praças e jardins perderam a alegria com a ausência dos jacobinenses.

No dia seguinte ao anúncio do prefeito, em 7 de maio, outros quatro casos foram divulgados, indo à 6 o total (matéria aqui). Foi um susto, para muitos, necessário. A mudança de comportamento social foi perceptível desde então.

Três dias depois, em 10 de maio, o choque. A comerciante Marina Netta Costa da Silva, 54 anos – primeira paciente diagnosticada com coronavírus pelo teste rápido realizado na UPA – não resistiu às complicações causadas pela covid-19 e faleceu (leia aqui). Marina sofria com comorbidades associadas a diabetes e hipertensão. Ela lutou pela vida no hospital Couto Maia, em Salvador, durante seis dias.

Escalada da covid-19

Outros 5 casos foram confirmados no dia 13 de maio, e mais um no dia 14, elevando para 12 o total. Foi o suficiente para a prefeitura anunciar, no dia 14, a suspensão total das atividades comerciais em Jacobina. O lockdown, que teria início no dia 16, pretendia conter o avanço do vírus (relembre aqui). No dia seguinte, em 15 de maio, mais 8 casos foram informados de uma só vez, causando espanto na população. Àquela altura, o total de infectados chegava a 20 (veja aqui).

No dia em que o decreto de suspensão das atividades comerciais entrava em vigor, 16 de maio, mais 3 casos foram confirmados, elevando a 23 o total. Outras 04 pessoas foram diagnosticadas com a covid-19 em Jacobina, no dia 18 de maio, somando um total de 27 casos.

Em meio ao espanto, boa notícia

Enquanto o número de pessoas infectadas crescia, outras se recuperavam após duas semanas de isolamento domiciliar. No dia 19 de maio, as primeiras boas notícias sobre a covid-19 em Jacobina eram anunciadas: 05 pessoas estavam recuperadas da doença, e livres para retomar suas vidas (confira aqui). Com isso, dos 27  casos confirmados, 05 haviam vencido o vírus.

Passadas 24 horas da melhor notícia do mês até então, no dia 20 de maio foram anunciados outros 05 casos de coronavírus. O total subia para 32. Dois dias depois, em 22 de maio, outro caso fez aumentar para 33 (leia nesse link). No mesmo dia, a prefeitura publicou decreto flexibilizando as atividades do comércio na cidade. Alguns segmentos foram autorizados a reabrir, enquanto que outros permaneceram fechados por mais alguns dias (relembre).

Em 23 de maio, com mais dois casos  positivos, o total chegou a 35. E subiu para 36 dois dias depois. 

Perto do final de maio, apesar de as pessoas terem adotado o uso de máscara e tornado os cuidados com prevenção triviais, o número de infectados já não causava espanto como no início. No dia 28, outros cinco casos foram divulgados. O mês chegou ao fim com 45 casos positivos do novo coronavírus em Jacobina, incluindo 4 importados, e a reabertura total do comércio (veja aqui).

Jacobina testou em maio 675 pessoas que apresentaram suspeita de infecção pela covid-19. Desse total, 620 apresentaram resultado negativo e foram descartados, e 45 testaram positivo. As pessoas recuperadas da doença já são 12, e há ainda 28 sendo monitoradas.

Bahia

Na Bahia, o fim de maio mostrava 18 mil casos confirmados de covid-19. Desse total, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), 6.701 estão recuperados e 701 morreram.

Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou no final de maio mais de 500 mil casos de covid-19, e uma média diária de mais de 10 mil novos casos. As mortes se aproximavam de 30 mil ao final do mês, enquanto que 200 mil haviam se recuperado da doença em todo o país.

Por Robson Guedes / Jacobina Notícias
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